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Paraquedistas atacam forças simuladas em Catuçaba

img_2715-fileminimizerSão Luiz do Paraitinga – Saltar atrás das linhas inimigas, realizar uma marcha de 20 quilômetros durante a madrugada e enfrentar as forças oponentes alojadas em um vilarejo. Essa foi a missão de 170 militares da 1ª Brigada de Infantaria Pará-quedista, tropa de elite do Exército Brasileiro, nessa segunda-feira (28).

A simulação ocorreu em Catuçaba, distrito de São Luiz do Paraitinga, e faz parte do exercício de adestramento Agulhas Negras, realizado pela 2ª Divisão de Exército desde o dia 23 de novembro no Vale do Paraíba.

Ataque a localidade

A manobra executada pelo 27° Batalhão de Infantaria Pará-quedista (BI Pqdt) é chamada de ataque a localidade e é composta por três fases: cerco, isolamento e investimento. Esta fase chamou a atenção dos moradores de Catuçaba, que levantaram cedo para ver a movimentação e a progressão das tropas do Exército.

O Exercício Agulhas Negras chega hoje ao seu sexto dia, quando ocorre a transição da fase de combate para a fase de pacificação. O objetivo da simulação é adestrar a tropa em atividades de estabelecimento da segurança em uma cidade que teria sido tomada por forças guerrilheiras. Após o combate nas redondezas do objetivo, a tropa de ataque cerca e isola as forças oponentes dentro da cidade, forçando-as à rendição.

Na fase de pacificação, a tropa pode atuar, por exemplo, no patrulhamento das vias, com postos de bloqueio, na vigilância de estruturas estratégicas, como estações de tratamento de água ou energia elétrica, além de auxiliar no restabelecimento da ordem.

“O mais próximo da realidade”

O Comandante do 27° BI Pqdt, Coronel Negrão, falou à nossa reportagem sobre os desafios do Exercício Agulhas Negras para essa unidade de elite do Exército Brasileiro.

Repórter: Como o senhor avaliou a atividade desenvolvida pelo 27° BI Pqdt hoje no Exercício Agulhas Negras e até que ponto esse exercício simula uma situação real?

Cel Negrão: Acho que foi uma excelente oportunidade de adestramento da tropa paraquedista. A gente está tentando fazer o mais próximo da realidade. Com exceção da munição que é de festim, da população, que é do nosso próprio País, e do inimigo, que é uma figuração, nós temos incutido na cabeça do soldado o conhecimento do quadro do exercício e de fazer as coisas como se fosse uma situação real.

Repórter: Que tipo de desafio o relevo do Vale do Paraíba impõe à tropa que realiza uma marcha?

Cel Negrão: É um relevo que realmente testa a capacidade de resistência do militar, pois é um relevo bastante acidentado, com trechos de aclive e de declive bem longos. Nós viemos com muito peso na mochila, variando de 20 a 30 quilos, mais um material pesado, como morteiro, metralhadora, canhões, munição. Isso realmente foi um desafio, o qual concluímos sem nenhuma baixa. Nós ainda evitamos andar pelos eixos principais até a localidade, porque, numa situação real, fatalmente, isso anunciaria a nossa aproximação. Então a gente buscou caminhos alternativos, como trilhas, picadas, estradas pequenas de fazendas sem grande circulação e trechos através campo. Tudo isso impôs uma dificuldade ainda maior no deslocamento.

Repórter: A Brigada Paraquedista participou do Exercício Agulhas Negras com o novo fuzil brasileiro: o IA2. Quais as vantagens de se realizar um exercício no amplo espectro com um equipamento moderno como esse?

Cel Negrão: Nós ganhamos em flexibilidade com o IA2. Existe uma série de vantagens em se utilizar o calibre 5,56mm, principalmente para operações em áreas densamente povoadas, como ambientes urbanos, além de podermos transportar uma quantidade maior de munição.

img_2671-fileminimizer img_2683-fileminimizer img_2704-fileminimizer img_2725-fileminimizer img_2736-fileminimizer img_2781-fileminimizer img_2794-fileminimizerFotos: Soldado Ivonildo
Fonte: 2ª DE