CAÇAPAVA e região

Serpente venenosa apareceu no galpão do Mercado Municipal

Na tarde desta quarta feira, ao passar pelo galpão do Mercado Municipal em direção ao trabalho, o sr. Edmilson viu um corpo estranho cair de um veículo à sua frente, constatando imediatamente, que tratava-se de uma serpente Jararaca, animal extremamente perigoso, cujo veneno pode trazer sérias consequências a seres humanos e animais de pequeno e médio portes.

Preocupado com a possibilidade do animal se esvair pela rede de esgotos ali existente, arrumou uma caixa de papelão e conseguiu capturar o animal, levando-o para seu local de trabalho, nas proximidades, de onde contatou os Bombeiros e a Defesa civil de Caçapava que, minutos após, compareceram ao local e retiraram o animal, encaminhando-o, também em segurança, para local apropriado.

O sr. Edmilson, que capturou o animal, informa ter certa experiência em situações parecidas, uma vez que em sua chácara, volta e meia aparecem serpentes deste tipo e de outros também, para os quais, com todos os cuidados, procdede à captura e deslocamento para áreas sem habitantes.

A Jararaca, é uma serpente de até 1,6 m, encontrada no Brasil (da Bahia ao Rio Grande do Sul) e em regiões adjacentes no Paraguai e Argentina. Possui corpo marrom com manchas triangulares escuras e região ao redor da boca com escamas de cor ocre uniforme, peculiaridades que propicia uma excelente camuflagem.

Também é conhecida por jararaca-do-campojararaca-do-cerradojararaca-dormideirajararaca-preguiçosa e jararaca-verdadeira. Sua cor é marrom com amarelo escuro com rajas pretas. Perigosa, prepara o bote ao ver se aproximar qualquer ser. A cabeça tem uma faixa marrom que segue por trás do olho, dos dois lados da cabeça, de volta ao ângulo da boca tocando os três últimos supralabiais. A cor da língua é preta, e sua íris é ouro a ouro esverdeado.

Vive em ambiente preferencialmente úmidos, como beira de rios e córregos, onde também se encontram rato e sapos, seus pratos mais caçados. Dorme durante o dia debaixo de folhagens secas e úmidas, e gosta de tomar sol pós chuva.

No Brasil, as mordidas de jararaca (Bothrops jararaca) respondem por cerca de 90% do total de acidentes com humanos envolvendo serpentes. O veneno da jararaca pode provocar lesões no local da mordida, tais como hemorragia e necrose que podem levar, em casos mais graves, a amputações dos membros afetados. Entretanto, o cientista brasileiro Mauricio Oscar da Rocha e Silva isolou da peçonha dessa serpente o BPP (peptídeo potencializador da bradicinina). Esse composto serviu, nos anos 60, para o farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, que desenvolveu o Captopril, medicamento usado para o tratamento de hipertensão e casos de insuficiência cardíaca. Atualmente, grupos da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro estudam outras propriedades do veneno da Bothrops jararaca com possíveis efeitos contra doenças neurodegenerativas e trombose. 

O que não fazer em caso de acidentes

  1. Não amarrar o membro ferido, pois pode complicar a circulação do sangue, causando necrose.
  2. Não cortar o local da picada, o corte pode aumentar o risco de infecção no local, além de poder causar hemorragia.
  3. Não chupar o local da picada, após a inoculação é impossível retirar o veneno.
  4. Não colocar pó de café, ervas ou querosene no ferimento, isso pode provocar infecção no local.
  5. Não dar álcool e outras bebidas do gênero ao acidentado, isso pode causar intoxicação.