CAÇAPAVA e regiãoFEB

FEB 78 anos – Fornovo di Taro, a última batalha na Segunda Guerra Mundial!!!

A Batalha de Fornovo di Taro (26 a 29 de abril de 1945) foi travada durante a Segunda Guerra Mundial, entre a Força Expedicionária Brasileira (FEB), junto com partisans italianos e unidades de duas divisões do exército dos Estados Unidos, e tropas da Wehrmacht (o exercito da Alemanha Nazista) e da República Social Italiana. A luta se deu na cidade de Fornovo di Taro, a cerca de 13 km a sudoeste de Parma, no norte da Itália. As forças Aliadas derrotaram os soldados do Eixo, que estavam tentando bater em retirada.

Em 28 de abril, tropas brasileiras atacaram Fornovo, mas o general alemão Otto Fretter-Pico decidiu não dar muita luta e rendeu, no dia seguinte ao ataque, a 148ª Divisão, com quase 15 000 homens (entre alemães e italianos).

Ataque a Fornovo

O 6.º RI do coronel Nelson de Mello preparava ataque a Fornovo di Taro com ajuda de duas baterias de artilharia, do Esquadrão de Reconhecimento do Capitão Pitaluga, de uma companhia de engenharia e de uma companhia norte-americana de tanques, além de apoio do 1º RI e do 11º RI.

Na manhã de 28 de abril Zenóbio telefonou a Mascarenhas, que se achava em Montecchio, propondo que mais um batalhão fosse lançado à luta, para ajudar o 6.º RI. Mascarenhas, apoiando-se na avaliação que Castelo fez da situação, declarou que esse batalhão adicional não seria necessário. Por isso, o movimento de cerco e ataque foi efetuado por três batalhões, como anteriormente fora planejado.

A principal ofensiva foi desencadeada pelo major Gross, que avançou da região de Collecchio, pelo sul. Quando se encontrava a 6 km de Fornovo, encontrou séria oposição, resistindo a violentos contra-ataques, às 21 horas do dia 28, e a 1 hora da madrugada do dia 29.

Enquanto isso, a curta distância de Fornovo, o 3º Batalhão do major Silvino Castor da Nóbrega, e o Esquadrão de Reconhecimento do capitão Pitaluga atacavam pelo sudoeste. Escreve Wondolowski: “Os brasileiros, muito decididos, estavam esmagando todas as tentativas alemãs de romper o cerco.” Pode-se acrescentar que os brasileiros ainda dispuseram de tropas para mandar a Piacenza e a um bolsão ao Norte de Cremona e, assim, não precisaram de toda a sua força para a missão de bloquear a Rodovia 62.

Vigário negocia a rendição alemã

Na tarde de 27 de abril, um dia antes da ofensiva contra Fornovo, o major Cordeiro Oest persuadiu o vigário Don Alessandro Cavalli, da Paróquia de Noviano de Rossi, Freguesia de Fornovo – Taro, a levar aos alemães a sugestão de que se rendessem. O vigário caminhou 6 km até Respício, perto de Fornovo, e aí falou com oficiais alemães. Perguntado sobre o poderio e a localização das forças brasileiras, o vigário disse que os alemães estavam cercados e deviam se render.

Um dos mais velhos desses oficiais, que aprimorara o seu italiano durante um período em que servira como Embaixador da Alemanha em Roma, pediu ao vigário que obtivesse por escrito condições para a rendição e voltasse com elas.

Como resultado disso, na manhã do dia 28, muito cedo, antes de ser desfechado o ataque do 6º RI, Nelson de Mello, redigiu um ultimato de rendição incondicional e, através de Castelo Branco, pediu a aprovação de Mascarenhas aos seus termos.

O vigário levou esse ultimato aos alemães e voltou com uma mensagem, assinada pelo major Kuhn, chefe do Estado-Maior da 148ª Divisão, dizendo que a resposta seria dada depois de consulta a seus superiores.

A rendição

Enquanto os alemães adiavam a decisão, o 6º RI procedeu de acordo com o plano. Então, às 10h30 da noite, depois que os homens de Gross repeliram forte contra-ataque inimigo, o major Kuhn e dois outros oficiais alemães cruzaram as linhas brasileiras para negociar os pormenores da rendição. Gross os conduziu ao posto de comando do 6º RI, em Collecchio.

Nelson de Melo, sabedor de que a missão dos três alemães fora autorizada pelo comandante da 148ª Divisão, general Otto Fretter-Pico, dirigiu-se rapidamente a Montecchio para falar com Mascarenhas. Este ordenou a Brayner e Castelo que se entendessem com os negociadores alemães. Por isso, sob a chuva, os dois oficiais foram levados a Colecchio.

Castelo Branco descreve: “numa sala de uma vivenda de campo, fui apresentado a três oficiais alemães do Estado-Maior de uma Divisão. Pediram condições para a rendição. Dissemos que só podia ser incondicional. Falaram em honra militar e em princípios de humanidade… e aceitaram a rendição!

“São alguns milhares de homens, dois generais e etc. Como resultados dos termos impostos na reunião de Collecchio, que durou toda a noite, que foram modificados apenas pela insistência de Mascarenhas de que depusessem imediatamente as armas (a 29 de abril e não a 30), a primeira Divisão germânica a capitular na Itália se rendeu aos brasileiros.

“Nada menos de 14.779 alemães e italianos se tornaram prisioneiros em dois campos próximos, instalados pelos brasileiros. O general alemão Otto Fretter-Pico e o general italiano Mario Carloni foram escoltados até Florença pelo general Falconiere e general Zenóbio, que os entregaram ao 5º Exército norte-americano, juntamente com 6 milhões de liras também tomados pelos brasileiros.”