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A Estrada 47 – A FEB na Segunda Guerra Mundial !!!

estradaA participação brasileira na Segunda Guerra é um tema estranhamente ausente da nossa cinematografia de ficção, e bastaria isso para tornar digno de atenção o lançamento de “A Estrada 47”, de Vicente Ferraz, mesmo diretor do documentário “Soy Cuba – O mamute siberiano”. Mas não se trata de um filme de guerra convencional: com impressionante esmero técnico, a narrativa se concentra dos conflitos humanos de um grupo de soldados brasileiros engajado na tomada do Monte Castelo, um baluarte das forças alemãs na Itália. A ação foi o principal feito da Força Expedicionária brasileira, realizado sob o comando do 5º Exército americano, em dezembro de 1944. Assista ao trailer do filme.

Mais de 25 mil soldados da FEB foram enviados à Itália, quase todos de origem humilde e, em sua maioria, despreparados para o combate – e para o frio do rigoroso inverno europeu. “A Estrada 47” mostra como esses pracinhas tiveram que aprender da maneira mais difícil a lutar pela sobrevivência em circunstâncias extremamente hostis: após sofrerem um ataque de pânico coletivo, os soldados Guimarães (Daniel de Oliveira), Tenente (Julio Andrade), Piauí (Francisco Gaspar) e Laurindo (Thogum) acabam se perdendo uns dos outros e do restante de seu pelotão.

Quando finalmente se reencontram, precisam decidir se retornam para o regimento brasileiro, correndo o risco de enfrentar a Corte Marcial por deserção e abandono de posto, ou se voltam para a posição da noite anterior, sob a ameaça de um ataque do inimigo. Depois de passarem a noite em uma pequena aldeia abandonada, encontram e capturam dois desertores – um partigiano italiano arrependido e um oficial alemão cansado da guerra – e resolvem enfrentar uma missão considerada impossível: remover as minas da Estrada 47, uma importante via para o exército aliado liberar as cidades italianas das mãos de Mussolini e Hitler.

Um pouco na linha de “Além da linha vermelha”, do americano Terence Malick, o roteiro de “A Estrada 47”, baseado numa pesquisa sobre relatos verídicos de ex-combatentes, busca uma abordagem humana da guerra. É uma história de superação, que passa longe de uma leitura ufanista da participação brasileira, mas também evita a armadilha de reduzir a importância da tomada do Monte Castelo, ou de desmerecer a coragem dos soldados brasileiros.