Um advogado debaixo dágua !!!
Entrevista relâmpago com o mergulhador caçapavense Marcos Göpfert Cetrone, 40 anos, filho de Adhemar e Dione, casado com Lucileyne e pai de Cauê, profissão Advogado exercendo suas atividades em Caçapava..
– Quando e como começou a mergulhar?
Há muito tempo fazia mergulho livre (com snorkel) e nutria o interesse em iniciar no mergulho autônomo, passar mais tempo embaixo d’água me proporcionaria maior interação com o mundo submerso. Após adiar esse início, por várias vezes, esperando o momento ideal; em janeiro de 2012 fiz o curso básico de mergulho autônomo (com cilindro)
– Qual a maior profundidade que chegou?
45 metros de profundidade na represa de Paraibuna.
– Objetos que encontrou que despertaram curiosidade?
Vários objetos são encontrados, principalmente lixo, veículos afundados, restos da presença humana. Mas o que mais me chamou a atenção foi um cemitério submerso.
– Qual o melhor local que já mergulhou?
Todos os mergulhos são ótimos, mas acredito que foi uma visita ao naufrágio do Duanne em Key Largo na Flórida. (veja vídeo abaixo)
– Já sofreu acidentes durante o mergulho?
Acidentes propriamente não. Já tive situações de tensão, como quando fiquei enroscado em um cabo no fundo da represa, mas facilmente sanado com uso de uma faca de mergulho, equipamento obrigatório para quem pratica esse esporte.
– Em sua opinião, como estavam os locais onde mergulhou, em relação às questões ambientais?
Em toda parta se encontra degradação do ambiente marinho. Os recifes de corais estão cada vez mais desgastados pelo aquecimento global, fora isso, sempre encontramos vestígios da humanidade (latas, garrafas, sacos plásticos) é uma pena.
– Que local desejaria ter mergulhado?
No Caribe como um todo, lá é o paraíso dos mergulhadores; Fernando de Noronha aqui no Brasil. Mas tenho o interesse pessoal de mergulhar no naufrágio do Navio Andrea Doria em Nova Jersey, considerado o “Everest do mergulho”, pela sua profundidade e dificuldade de acesso.
– Quantas horas de mergulho você tem hoje?
Não costumamos medir em horas, mas em número de mergulhos anotados em nosso “log book” (livro registro de mergulhos), hoje tenho 75 mergulhos. Me considero iniciante.
– O que recomendaria aos iniciantes?
Treinamento adequado, material adequado e preparo físico adequado para o mergulho que se propõe a fazer, nunca ultrapassar seus limites. É tentador “descer” mais um pouquinho, mas as regras de descompressão mudam em poucos metros ou poucos minutos a mais. Siga sempre o planejamento.
– Até onde pretende chegar?
Pretendo visitar naufrágios e cavernas que se encontram muitas vezes em águas profundas, para isso estou em meu sexto curso de mergulho, cada vez aprimorando mais as técnicas de mergulho para atingir esses objetivos. Em particular o já citado naufrágio do Andrea Doria que é um transatlântico que afundou em 1956 após chocar-se com outro navio e que repousa a 72 metros de profundidade nas águas frias e escuras da costa norte-americana.
– Não se assustou com o acidente de mergulho que vitimou uma médica de Caçapava e seu marido, no México?
Não me assustei, pois nunca tive a ilusão de que o mergulho fosse um esporte isento de acidentes, na época eu mergulhava há pouco tempo. Foi uma fatalidade. Todos estamos expostos a riscos, tenho mais medo de dirigir na Dutra, é mais perigoso segundo as estatísticas.
– Se quiser acrescentar mais alguma coisa, fique à vontade!
O mergulho é um importante instrumento para criar uma mentalidade de respeito ao ambiente marinho. O homem só respeita aquilo que conhece e o mergulho é a melhor maneira de conhecer esse universo subaquático.
Cetrone não aparece no vídeo, pois estava gravando!