Susep: seguro de carro com peças de segunda mão!!!
A Superintendência de Seguros Privados, SUSEP, autorizou as seguradoras consertar carros com peças de usadas, segunda mão. Iniciativa é para baixar o preço. Só 30% dos carros que circulam no Brasil têm seguro. O objetivo é expandir a cobertura para pelo menos metade da frota.
Na oficina mecânica de SP, tão importante quanto consertar é conversar. “Eu estava fazendo a cotação de uma peça para um carro: uma peça original custava R$ 1.500 e uma peça chinesa custava R$ 650. A vida útil não vai ser a mesma, nada será a mesma. Então é isso que o usuário precisa saber”, disse o mecânico.
É um dilema que quem tem seguro nunca precisou enfrentar. As apólices sempre cobriram os consertos com peças originais.
A partir de agora as seguradoras não precisam mais usar só peças originais no conserto dos veículos. A justificativa é que isso vai baixar o preço do seguro. Mas e o consumidor? Agora ele fica dividido entre o amor pelo carro e o cuidado com o bolso. Será que essa conta vale a pena?
A Susep, o órgão do governo que fiscaliza os seguros, flexibilizou as regras para a proteção de veículos. “O seguro com peças originais pode continuar sendo oferecido sem problemas, mas também podem ser oferecidos seguros com peças novas não-originais, nacionais e importadas, outras opções que tornem o seguro mais barato. Peças usadas também podem ser utilizadas”, explicou Rafael Scherre, diretor da Susep.
Atualmente, só 30% dos veículos que circulam no Brasil têm seguro. O objetivo é expandir a cobertura para pelo menos metade da frota.“A expectativa é que pelo menos 10% de redução dos preços do seguro sejam alcançadas”, disse Scherre.
Especialistas apontam uma série de obstáculos no caminho. É fundamental que os Detrans certifiquem a origem das peças usadas para evitar roubos e desvios. Mas poucos estados do país estão prontos para cumprir essa medida.
E a diminuição do preço do seguro também pode não ser tão simples, como alerta o professor Renato Porto, especialista em direito do consumidor.
“Ao longo do tempo, o que vai acabar acontecendo: esse preço vai voltar a ser o que sempre foi, e a apólice de peças originais, provavelmente, o preço vai disparar e o consumidor não vai ter mais condições de fazer o que já fazia.”
O engenheiro mecânico Marcelo é daqueles donos de carro que reparam nos menores arranhões. Agora a preocupação aumentou: é um olho no trânsito e o outro no contrato de seguro. “Agora eu vou ficar muito mais atento nas letras pequenas do contrato para saber o que realmente eles estão oferecendo nessa questão dessas peças, principalmente em peças que impactam na segurança.”
Outra norma publicada pela Superintendência de Seguros Privados passou a permitir que os planos de seguro tenham período de vigência de acordo com a conveniência do consumidor. Pode ser menor do que um ano ou intermitente.
Nesse caso, o contrato é interrompido por um tempo e retomado depois, com inclusão e exclusão de coberturas de risco.