Édgar Vivar como “Senhor Barriga” e ao lado como o
garoto Nhonho no seriado “Chaves”
Há 25 anos no ar, “Chaves” e “Chapolim” são sinônimos de diversão para as crianças de hoje em dia e para marmanjos que cresceram vendo TV nos anos 80. Para relembrar as inocentes piadas e os bordões marcantes do seriado mexicano, Édgar Vivar, o “Senhor Barriga”, veio a São Paulo para fazer um show em que promete exibir um vídeo inédito com cenas de todo o elenco.
O ator fala sobre o evento, suas melhores lembranças da série, da carreira de médico e se “Seu Madruga” chegou a quitar a eterna dívida do aluguel. “Pretendo fazer uma celebração entre amigos, semelhante ao episódio em que o ‘Seu Madruga’ organiza, o ‘Festival da Boa Vizinhança’ na vila.
Preparei um vídeo com cenas inéditas, tanto dos episódios quanto de bastidores, com todo o elenco. Nunca ninguém teve acesso a este material. Tenho certeza que todos se divertirão muito”, conta o mexicano que também dava vida ao garoto Nhonho.
O Senhor Barriga e o Nhonho representam uma parte muito importante da minha vida. Através deles eu pude me realizar como ser humano, viajar e conhecer pessoas, afirma Vivar.
Vivar conta que mantém um bom relacionamento com os atores de “Chaves”. “Tenho falado bastante por telefone com Roberto Bolaños (Chaves) e Rubén Aguirre (Prof. Girafales). Tenho muito carinho por todos eles”. Para quem não se lembra, o “Senhor Barriga” era o dono da vila onde se passava o seriado, e aparecia semanalmente para cobrar o aluguel de seus inquilinos.
Quem nunca pagava era o “Seu Madruga”, personagem vivido por Ramón Valdez, morto em 1988. Questionado se um dia ele chegou a pagar algum aluguel, Édgar foi rápido na resposta: “Pagou só algumas vezes, ficou me devendo bastante. Mas não penso em ir cobrá-lo!”
Formado em medicina, Édgar preferiu às aulas de teatro ao invés do avental branco e entrou para o mundo do humor quando menos esperava. Durante um casting, ele foi chamado para um comercial e posteriormente descoberto pela equipe do programa “Chespirito”. “Fui médico durante dois anos e trabalhava com o Chespirito ao mesmo tempo, mas quando o programa começou a fazer sucesso e passou a ocupar muito tempo da minha vida, tive que escolher.
Honestamente, preferi ser um ator em tempo integral do que um médico em meio período, ainda mais porque a medicina havia me decepcionado um pouco.
Dentre as lembranças dos tempos de “Chaves”, tem uma que Édgar nunca irá esquecer. “Durante as filmagens de “El Chanfle 2” , havia uma cena em que eu deveria me jogar no chão quando o Roberto Bolaños [Chaves] me golpeava. A cena teve que ser repetida várias vezes, umas quatro ou cinco, não me lembro, mas na última eu calculei mal a queda e fraturei o cotovelo esquerdo. Curiosamente, a tomada que foi para a edição final do filme foi a primeira. E eu ainda tenho a radiografia da fratura, além de um calo no osso também.”
Com mais de 40 anos de carreira, Vivar ainda se espanta com o sucesso do seriado. “Acho que eu sou quem mais se surpreende com isso. Mas, por outro lado, é a consequência de uma soma de talentos de todos os tipos: criatividade, técnica e interpretação. Circunstancialmente, tudo isso se uniu em uma época na qual a televisão não tinha tanta excelência, e quando o mundo também era outro.
Acho também que o que mantém o seriado atual é que as situações e os personagens transmitem nos telespectadores algumas semelhanças. O Senhor Barriga e o Nhonho representam uma parte muito importante da minha vida. Através deles eu pude me realizar como ser humano, viajar e conhecer pessoas.”
Já passei da terceira idade, estou na quarta idade, mas ainda assisto ao seriado e me divirto muito com os personagens do Chaves.