Sócrates e as três peneiras !!!
Ao que seu aluno lhe respondeu que ouvira de fulano, que por sua vez, escutara de sicrano, cuja fonte de onde ouvira era por ele ignorada.
É claro que se não havia peneirado a informação nas duas etapas anteriores, o aluno não cogitara sequer a possibilidade de pensar em repercussões da notícia para a comunidade, para a coletividade.
E quantas não seriam as situações das quais pouparíamos tantas pessoas de situações constrangedoras se nos ativéssemos as peneiras de Sócrates, não é mesmo?
Até mesmo porque, como ouvi na mesma reunião da qual participava ao escutar a primeira história, tornar pública uma história que não seja verdadeira, trabalhada em prol do bem das pessoas envolvidas e buscando uma repercussão positiva para todos, causando prejuízo a alguém pode até gerar arrependimento por quem agiu dessa forma, mas uma vez realizada, a reparação torna-se muito difícil.
É como pensar no caso de uma mulher que buscou o apoio do padre de sua igreja devido a uma dessas inconfidências sem sentido que apregoara para alguns conhecidos e que descobrira depois ser uma informação falsa. Denegriu o nome de outra pessoa e estava arrependida. Foi aconselhada a rezar pedindo penitência e, ao mesmo tempo, a ir para casa e retornar a igreja soltando as penas de um travesseiro ao longo de seu caminho de retorno ao templo.
Ao chegar disse ao padre que rezara as orações pedidas e que jogara todas as penas do travesseiro ao longo de sua jornada de volta a igreja. Não entendera muito bem porque tivera que assim agir e gostaria de uma explicação. O religioso então lhe pediu que na volta para casa recolhesse todas as penas que havia espalhado em sua vinda. Ela então disse que seria impossível pois provavelmente o vento as levara todas, espalhando-as sabe-se lá por onde…
Pois é, explicou-lhe então o padre, é isso o que acontece com as inverdades que você pronunciou a respeito daquela outra pessoa, a esta altura já estão na boca de tantas e tantas pessoas e sobre isso não é mais possível fazer muita coisa, não é mesmo?
Por isso mesmo é que devemos aprender com as peneiras de Sócrates e nos precavermos para não sairmos por aí, a jogar ao vento as penas que podem muito bem ferir pessoas que não merecem isso… Já pensou como seria se você fosse alvo de inverdades e tivesse que correr atrás de esclarecê-las como tal? Como seria?
Obs. Ouvi estas histórias na homilia do pároco da igreja de Santo Agostinho e como as achei deveras valiosas, decidi escrevê-las e torná-las públicas neste texto para que todos possamos refletir a respeito das mesmas, independentemente da religião que professemos, pois cabem para todos nós!
Escutei estas histórias e achei pertinente trazê-las a tona para desenvolver uma breve reflexão: