Projeto de Lei da Censura: má notícia para o moluscóide
A votação está agendada para o período da tarde, mas pode ser adiada. Lira levou duas sugestões ao governo: postergar sem nova data e, nesse intervalo, abrir uma comissão para debater o tema com as big techs e com os evangélicos, ou apresentar um novo texto já na próxima semana — o relator é Orlando Silva (PCdoB-SP). Lula não gostou da ideia porque quer votar o tema antes de viajar novamente para a Europa, na sexta-feira. Aceitou, porém, que o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) tome a frente das negociações numa espécie de teste de ferro para sua permanência no cargo.
Pelas contas de Lira, pouco mais da metade dos deputados já decidiu que votará contra. Alguns líderes afirmam que 260 parlamentares vão rechaçar o projeto. A articulação é comandada, sobretudo, pela bancada evangélica, mas tem o respaldo das frentes do agronegócio e da bala — esse grupo é apelidado de BBB (boi, bala e Bíblia). Os conservadores temem retaliação da esquerda e tentativa de imposição da cartilha “progressista” nas redes sociais.
Também pesa a pressão feita pelas big techs depois da cruzada da extrema-esquerda contra o Google. Esse pelotão é liderado pela ala mais radical do governo, como os ministros comunistas Flávio Dino (Justiça) e Ricardo Capelli (GSI) e o líder no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).