Prefeito de Taubaté escapa da cassação !!!

A sessão que garantiu a permanência do peemedebista no cargo começou às 12h30 de ontem e avançou a madrugada, apenas a leitura do processo com as denúncias e a defesa do prefeito demorou mais de 10 horas.

A votação se encerrou às 2h28 de hoje, mas o acordo para livrar Peixoto já estava selado antes mesmo de a defesa do prefeito usar as quase duas horas que tinha direito. No total, 8 vereadores votaram a favor da cassação e 6 contra. Para que o prefeito fosse cassado, eram necessários pelo menos 10 votos favoráveis.

O prefeito optou por não comparecer à Câmara. Ele acompanhou a votação pela TV, na companhia de familiares.

Dois vereadores da base aliada chegaram ao plenário com os trabalhos já em andamento: Luizinho da Farmácia (PR) e Rodson Lima (PP).

A sessão começou com a leitura do processo de cassação, baseado em supostas irregularidades na atuação da empresa Acert, responsável pela logística dos medicamentos da rede entre 2008 e 2009.

Inicialmente, seriam lidas 441 páginas, mas um acordo entre vereadores e advogados permitiu a retirada de 57.

Para acelerar o andamento dos trabalhos, a mesa diretora desistiu de fazer intervalos, e os parlamentares se revezaram na leitura dos autos.

A expectativa de que a Avenida do Povo ficasse lotada não se concretizou. De acordo com a Polícia Militar, 150 pessoas, em média, permaneceram na área externa.

Por volta das 22h30, foi aberta a palavra aos vereadores. Cada um teve 15 minutos para apresentar suas considerações sobre o processo.

O vereador Chico Saad (PMDB), um dos principais aliados de Peixoto na Câmara, apontou supostas falhas na comissão que julgou o prefeito e disse que a vontade popular precisa ser respeitada. “O povo quis que o prefeito continuasse”, afirmou, em referência à reeleição de Peixoto.

Antes do fim da votação, aliados do governo já projetavam o futuro após a absolvição do prefeito.

Para o secretário de Governo Adair Loredo, os vereadores entenderam os motivos que levaram o prefeito a contratar a empresa Acert.

“Ele tinha que escolher entre a vida e a morte. O prefeito teve coragem de fazer as compras emergenciais que eram necessárias”, disse.

Vereadores aliados seguiram na mesma linha.

“A comissão apontou que houve erros, mas o prefeito tomou as medidas, como a abertura da sindicância”, disse Ary Filho (PTB).

Parlamentares que votaram pela cassação lamentaram o resultado do processo. “Pelo que eu vi do processo, a justiça não foi feita”, disse Pollyana Gama (PPS).

Dois vereadores não participaram da votação: o presidente da Câmara, Jeferson Campos (PV), por ter sido o autor da denúncia que originou o processo de cassação, e Carlos Peixoto (PMDB), por ser sobrinho do prefeito. Foram substituídos, respectivamente, por Regino Justo (PV) e Diego Fonseca (PSDB), que votaram pela cassação de Peixoto.