Por onde anda Robson Marinho???
E permanece, mais um ano, a saga, para escapar da cadeia, do ex-Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Marinho, cuja investigação do Ministério Público em parceria com o Tribunal Penal Federal da Suíça aponta a existência de conta secreta, no caso Alstom, por onde passaram US$ 2,7 milhões em supostas propinas, pertence à offshore Higgins Finance Ltd., cujos controladores e beneficiários dos direitos econômicos são o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho e sua mulher.
A conta foi aberta em nome da empresa Higgins Finance LTDA, com sede nas ilhas virgens britânicas, e recebeu vários depósitos. Um deles é da empresa MCA, de Romeu Pinto Júnior, que admitiu à Promotoria que a companhia foi usada pela multinacional francesa Alstom para pagar propinas no Brasil.
De acordo com a Justiça, a Alstom pagou propina para vencer uma concorrência no valor de R$ 23,2 milhões. O serviço prestado era o fornecimento de equipamentos em três subestações elétricas da Eletropaulo e EPTE. Marinho nega ter dinheiro no exterior. Segundo o Ministério Público, Marinho recebeu dinheiro para dar um parecer favorável à empresa.
Em seu discurso na sessão de hoje, conforme relato do jornal O Estado de S. Paulo, Marinho afirmou que jamais recebeu um centavo da Alstom, nem na Suíça, nem no Brasil, na condição de conselheiro. E acrescentou que, também como conselheiro, não tem nenhum desvio de conduta que o desabone e em sua fala mais contundente sobre a investigação do esquema de cartel e propina entre multinacionais e o governo de São Paulo desafiou os promotores na abertura da sessão da corte nesta quarta-feira 14. “Vou permanecer nesta cadeira”, declarou.
É lamentável que mais um ano se passe, sem que a Justiça tenha uma definição do caso, que contém provas inequívocas de bandalheira praticada pelo ex-Conselheiro que, enquanto o julgamento se arrasta anos a fio, continua recebendo seu salário integral, de algumas dezenas de milhares de reais, sem que a iminente corte, atente para a falta de conceituação ética de sua própria atuação, comprometendo a base filosófica que inspirou os idos de sua instalação.
Bandalheira explícita com dinheiro público, além do desperdício de se estar pagando salários, diante de evidências tão inequívocas!