GERAL

Pastor anuncia, sorridente, a morte de Guilherme de Pádua

Márcio Roberto Vieira Valadão, pastor, apóstolo, autor e televangelista brasileiro, titular da Igreja Batista Lagoinha, noticiou esta manhã, a morte de Guilherme de Pádua, sorrindo, sem demonstrar qualquer tristeza, muito pelo contrário. “Morreu agora, agorinha…”!

Das duas, uma é: ou sorriu por, enfim, se ver livre da figura de tamanha repercusão negativa aos interesses religiosos que pratica ou então sorriu acidentalmente, deixando margem de dúvidas quanto ao real falecimento do citado!

Guilherme de Pádua Thomaz (Belo Horizonte, 2 de novembro de 1969 — Belo Horizonte, 6 de novembro de 2022) foi um ator e pastor brasileiro. Ficou nacionalmente conhecido por ter assassinado brutalmente a atriz Daniella Perez, sua colega de elenco e par romântico na novela De Corpo e Alma. Daniella era filha de Gloria Perez, autora da telenovela. O crime ocorreu em dezembro de 1992, quando Guilherme de Pádua, com a ajuda da sua então esposa Paula Nogueira Thomaz (atualmente Paula Nogueira Peixoto), assassinou Daniella utilizando um instrumento perfurocortante (uma tesoura segundo Pádua, um punhal segundo o autor da autópsia).

Biografia

Nascido em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, anos depois Guilherme deixou a cidade e mudou-se para o Rio de Janeiro, a fim de tentar a carreira artística.

Como ator, atuou no filme alemão de 1989 Via Appia como o garoto de programa José; fez uma pequena participação na telenovela Mico Preto, interpretando Narciso em 1990 e, em 1992 atuou na telenovela De Corpo e Alma como o motorista de ônibus Bira, ambas da TV Globo.

Tinha 23 anos quando cometeu o crime e sua então esposa estava grávida.

Assassinato de Daniella Perez

Em 28 de dezembro de 1992, ele assassinou a atriz Daniella Perez, junto com sua então esposa Paula Nogueira Thomaz (atualmente assina “Paula Nogueira Peixoto”). A motivação do crime seria profissional, pois Guilherme havia “perdido espaço” na novela (a vítima era filha da autora da novela em que atuava), e o ciúme de Paula Nogueira Thomaz em relação a atriz.

O casal emboscou Daniella em frente a um posto de gasolina, situação vista e confirmada por dois frentistas. Quando Daniella deixou o posto, Guilherme, com Paula escondida no banco de trás, fechou o carro de Daniella, que desceu do veículo. Guilherme então lhe deu um soco e forçou a atriz a entrar no carro do casal, um Volkswagen Santana. Paula então assumiu a direção, enquanto Guilherme pegou o Ford Escort da atriz, com o qual seguiu para o local do crime. Foi neste momento que outra testemunha, um advogado, viu a cena e seguiu os dois carros por algum tempo.

Guilherme e Paula então seguiram até um matagal da Barra da Tijuca, onde mataram a atriz e deixaram seu corpo. A Folha de S.Paulo escreveu: “O laudo cadavérico da atriz Daniella Perez indica que ela teve entre 16 e 20 ferimentos. A maioria deles estava concentrada na região mamária esquerda — sobre o coração — e o restante, no pescoço. Os ferimentos causaram uma grande hemorragia interna. O pulmão esquerdo foi perfurado e recebeu muito sangue. O coração apresentava oito perfurações e o pescoço, quatro — uma delas atingindo tecidos profundos e causando infiltração de sangue na traquéia. Além desses ferimentos, o corpo mostra também escoriações no ombro, que poderiam indicar, de acordo com o médico legista Nelson Massini, que ela tenha sido arrastada”, segundo a Folha de S.Paulo.

O crime teria sido motivado por inveja, cobiça e vingança, já que, segundo a acusação, Guilherme assediava Daniella em busca de uma maior participação de seu personagem na novela. Sem obter êxito em suas investidas e ao ver que seu personagem não ia aparecer em dois capítulos da novela na semana do crime, acreditou que Daniella teria contado sobre suas perseguições a sua mãe, como forma de prejudicá-lo. Em entrevista, Gloria Perez explicou que não diminuiu a participação de Pádua na novela para prejudicá-lo. Ela conta que, naquela semana, recebeu ordens superiores da TV Globo para não tratar de sequestro na novela, porém ela já tinha escrito capítulos sobre o tema. Em consequência, muitas cenas tiveram que ser cortadas e foi por isso que o personagem de Pádua na novela acabou sumindo por dois capítulos.

Após o corpo ser encontrado e com a grande repercussão do caso na imprensa, Guilherme chegou a ir a delegacia confortar a mãe e abraçar o marido de Daniella.

Investigação policial, prisão e pena

Na noite do assassinato, uma testemunha havia visto uma movimentação estranha no local do crime e anotou detalhes dos carros, como as placas, tendo posteriormente ligado para a polícia. No local onde o corpo foi encontrado, a polícia encontrou apenas o Escort de Daniella, mas não o outro veículo. No entanto, com os dados do outro veículo em mãos, os investigadores foram até o estúdio da TV Globo e reconheceram o carro de Pádua, que se encaixava na descrição da testemunha. Posteriormente, descobriram que o assassino alterou a placa, o que mostra a premeditação do crime.

A Justiça ordenou a prisão em flagrante de Guilherme de Pádua e ele foi preso. Contudo, a prisão do ator durou poucos dias, pois o seu advogado entrou com um recurso e o juiz concedeu-lhe liberdade provisória, sob a alegação de que a prisão em flagrante tinha sido ilegal. Após sair da cadeia, Pádua desapareceu. Após alguns dias, uma nova decisão judicial decretou a prisão preventiva do ator, que passou a ser considerado foragido. O desaparecimento de Pádua causou revolta e os atores da novela fizeram um mutirão para encontrá-lo, interfonando a esmo em prédios da zona sul do Rio de Janeiro, à procura do ator. Após alguns dias foragido, Pádua se entregou às autoridades.

Após Pádua confessar o crime, o casal foi preso por homicídio duplamente qualificado — por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

Em 25 de janeiro de 1997, Guilherme e Paula foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe, a 19 anos e seis meses de cadeia.