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Pandemia de Coronavírus: o fim do Auxílio Emergencial e o desemprego!!!

Lançamento do aplicativo CAIXA|Auxílio Emergencial

O Auxílio Emergencial foi um benefício financeiro criado pelo Governo Federal destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e tinha por objetivo fornecer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do Coronavírus – COVID 19. Quando foi anunciado, ele tinha a duração de três meses mas, com a crise se prolongando por um período maior do que o esperado, precisou ser estendido.

Inicialmente, eram cinco parcelas de R$600 cada, pagas em calendários paralelos de acordo com a data em que cada pessoa começou a receber o benefício. Em setembro, entretanto, o governo confirmou a prorrogação do auxílio e liberou mais quatro parcelas de R$ 300 que, agora, chegam ao fim, gerando expectativas da população beneficiada, milhões de brasileiros que hoje dependem desta ajuda para sobreviver e pagar as contas do próximo mês, visto que o desemprego continua elevado e o novo coronavírus ainda limita o trabalho de muitos informais. 

Claro que até agora, não ocorreram quaisquer comentários contra esta medida que o governo Bolsonaro colocou em prática, situação em que, pela primeira vez na história da República, o país, de fato, socorreu seus habitantes em momento tão crítico, sem o uso político resultante desta ajuda.

Aliás NUNCA SE VIU, na história deste país, alguma ajuda deste nível, feita por políticos de qualquer partido ou ideologia. Imaginem se nesta pandemia o governo fosse da esquerda petralha? Será que alguém, fora os políticos do partido, iria receber uma ajuda como esta que o governo Bolsonaro proporcionou,  fazendo deste benefício, a principal renda e sustento das famílias que agora, já começam a se preocupar pelo final dos pagamentos e pela expectativa da sobrevivência?

Pobreza
Economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/ Ibre), Daniel Duque, por exemplo, calcula que a extrema pobreza, que já atinge 13,6 milhões de brasileiros, vai crescer e pode até dobrar no Brasil no início de 2021. “O fim do auxílio emergencial vai colocar mais cinco milhões de pessoas na pobreza e na pobreza extrema, em relação ao período anterior da pandemia, porque o mercado de trabalho ainda está longe de se recuperar, principalmente, para a população informal”, explica.

Duque calcula que a extrema pobreza, que considera as pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia e atingia 6,9% da população brasileira em 2019, caiu para 3,3% em meio à pandemia de covid-19 por conta do auxílio emergencial. Porém, pode alcançar algo em torno de 10% a 15% dos brasileiros no próximo ano, atingindo mais de 20 milhões de pessoas. Já a pobreza, que considera as pessoas que vivem com menos de US$ 5,50 por dia e atingia 24,7% da população brasileira no ano passado, deve variar entre 25% e 30% da população em 2021.

Com isso, o Brasil ainda deve sofrer uma elevação da taxa de desemprego, que já bateu o recorde de 14,6% nos últimos meses. Segundo o professor de economia do Insper e CEO da Siegen, Fabio Astrauskas, o desemprego pode chegar a 20% em 2021, com a entrada de 7 milhões de brasileiros na busca por uma ocupação. Isso significa que o número de pessoas que estão na fila do desemprego no país saltaria dos atuais 14,1 milhões para cerca de 20 milhões.

Astrauskas explica que, nos últimos 12 meses, 13,7 milhões de pessoas saíram da força de trabalho e calcula que pelo menos metade desse contingente vai voltar a pressionar a taxa de desemprego devido ao fim do auxílio emergencial. “Há um grupo de desalentados que está fora do mercado de trabalho, porque sabe que está difícil encontrar emprego e está recebendo a ajuda do governo, mas que deve voltar a procurar uma vaga assim que o auxílio emergencial terminar”, explica o economista.

Ele avisa, ainda, que boa parte dessas pessoas corre o risco de não conseguir um emprego logo no início do ano, já que o mercado de trabalho e a economia brasileira não devem se recuperar tão rapidamente. “Não vamos conseguir gerar tanto emprego num curto espaço de tempo. Então, o aumento do desemprego será uma consequência direta do fim do auxílio emergencial”, alerta.

Com desemprego em alta e o aumento da pobreza, os economistas também preveem uma barreira a mais para o consumo e a recuperação econômica. Por isso, projetam que a atividade econômica, que vem se recuperando do baque provocado pela pandemia nos últimos meses, deve desacelerar no início do próximo ano, até que o governo consiga destravar as questões fiscais e as reformas estruturantes, que, hoje, impedem o aumento dos investimentos públicos e privados.

Comércio
Setor mais beneficiado pelo impulso do auxílio emergencial, o comércio já viu o ritmo de recuperação desacelerar após a redução do benefício de R$ 600 para R$ 300. Por isso, tenta se preparar para a retirada total do auxílio no início do próximo ano. “A tendência é de taxas menos positivas do que as dos últimos meses”, admite o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes.

Ele lembra que, além do fim do auxílio emergencial e do desemprego elevado, o recrudescimento da pandemia pode contribuir para a redução do consumo. Por isso, acredita que a atividade econômica vai andar de lado no início do próximo ano.