Ozempic: a febre do uso de remédios anti-diabetes para emagrecer
Nos EUA, uma nova geração de medicamentos para diabetes — que também ajudam os pacientes a perder peso — está gerando uma demanda tão forte que levou à escassez deles nas farmácias.
A semaglutida — comercialmente chamada de Ozempic ou Wegovy — abaixa o açúcar no sangue, imitando um hormônio que é produzido quando comemos. Como resultado, a sensação de saciedade aumenta, e a fome diminui.
Aqui no Brasil, o Ozempic foi aprovado pela Anvisa em 2018 somente para o tratamento de diabetes tipo 2, mas passou a ser usado “off label” também para obesidade.
O início do hype
Tudo começou quando Elon Musk atribuiu sua boa forma aos medicamentos citados. Logo depois, vários influenciadores também passaram a postar no TikTok suas experiências milagrosas de “antes e depois”.
- A hashtag #MyOzempicJourney, dentre outras com o nome do remédio, viralizou e foi publicada dezenas de milhões de vezes na rede.
Se antes era exclusividade das celebridades, hoje, o remédio, que custa em torno de mil reais, já é realidade para os jovens de classe alta do Brasil. Nos grupos de WhatsApp, é comum circular “estou com duas injeções de Ozempic sobrando, alguém se interessa?”
As consequências
Entre os efeitos colaterais, os mais comuns são problemas no intestino, como náusea, constipação e diarréia. O uso do remédio também pode desencadear pancreatite, problemas na vesícula e outras doenças ou complicações.
Além disso, como a aprovação do medicamento é recente, especialistas reforçam que ainda não sabem quais podem ser os efeitos a longo prazo — especialmente, nos casos em que não há recomendação médica de uso.