O último show no Canecão !!!
O palco do Canecão, no show de Bibi Ferreira |
Recebo, do incansável Fabrício Correia, mais uma de suas legítimas expressões em favor da cultura, onde manifesta seu pesar pelo fechamento da casa de shows carioca O Canecão, que realizou neste sábado (16), seu último espetáculo!
Esta informação me deixa absolutamente consternado pois também lá estive, em 1981, onde assisti um belíssimo show da fantástica e recém- criada Banda Blitz, com Evandro Mesquita e outros remanescentes da troupe de Asdrubal Trouxe o Trombone! Uma maravilha! Vejam só o recado do Secretário Fabrício:
“Amigo JC,
Fabrício Correia e Bibi Ferreira |
Presenciei ontem, aqui no Rio, algo raro, extraordinário, memorável. A diva Bibi Ferreira encerrou as atividades de uma casa que ajudou a escrever a história da música popular brasileira, e que ela foi a primeira a se apresentar, o Canecão. E divido esse momento, com todos que como eu, vêem na cultura, a possibilidade de ir muito além do nosso cotidiano.
Palco de shows memoráveis desde o fim dos anos 60, o Canecão fecha as portas depois de 40 anos de disputa judicial com os donos da casa de shows, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) os dirigentes perderam a batalha e o espaço será reintegrado a universidade.
Bibi Ferreira e Fernanda Montenegro |
Todos os grandes astros de nossa música pisaram o palco consagrado do Canecão. Elis Regina, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Eliseth Cardoso, Maysa, Maria Bethânia, Roberto Carlos.
Após 43 anos, a cortina fechou ontem pela última vez, com o espetáculo “De Pixinguinha a Noel, Passando por Gardel” festejando os 70 anos de carreira da amada Bibi Ferreira.
Bibi Ferreira cantou pérolas de nossa música, homenageou Noel Rosa, o samba de breque de Moreira da Silva em Minha Palhoça (Se Você Quisesse) e entoando de forma definitiva : Edith Piaff.
Nos brindou ainda com fados, tangos e interpretações únicas, apresentadas com maestria e o mais puro amor as artes. Com a plateia em extâse, despediu-se do Canecão com “Ponteio”, ícone dos festivais, dos mestres Edu Lobo e Campinam.
Dezenas de ilustres, misturaram-se a milhares de fãs, que de forma afetiva levaram a Bibi Ferreira o aplauso e a certeza de um novo encontro.
Fernanda Montenegro, que estava comemorando aniversário, Antônio Fagundes, Simone, Betty Faria e o grande pesquisador da música brasileira Ricardo Cravo Alvim, foram algumas das personalidades a saudar com carinho, nossa Estrela Maior, em seu camarim.
Fiz questão de “tietar” essa grande Diva, a quem nutro uma verdadeira admiração, desde meus tempos de menino. Aos 88 anos, meu caro JC, se mantem no auge de seu vigor lírico. Disse a amada Bibi Ferreira, parafraseando Gonçalves Dias, em sua Canção do Exílio, que a diva já havia homenageado no palco do Canecão.
Minha terra tem palmeiras onde canta o sábia.
Tem Bibi Ferreira, cujo canto gera encanto e faz bater ao mais gélido coração.
Noite Mágica, amigo JC Flores.
Adeus, Canecão, templo da música popular brasileira.”