O molusco promete ajudar empresa que o pagou por “palestra” !!!
São insondáveis os mistérios que levam uma empresa a pagar milhões a palestrante que, de graça, fala pelos cotovelos. Tome-se o caso do molusco. Começou no mercado das palestras na base do improviso. Hoje, é dono da LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda..
Na semana passada, a LILS (Luiz Inácio Lula da Silva) vendeu uma palestra de seu proprietário à multinacional de embalagens Tetra Pak que, a um custo estimado em R$ 200 mil, reuniu convidados para ouvir Lula. A pedido do ex-soberano, o lero-lero foi pronunciado a portas fechadas.
Descobriu-se que, durante ao final do evento, o molusco assumiu um compromisso com o presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, comprometendo-se a defender pleito da empresa junto ao ex-subordinado Guido Mantega.
A multinacional reivindica a redução do ICMS cobrado por alguns Estados sobre as embalagens de leite longa vida. Nigro pediu “uma mão”, e o molusco disse que fará “o que puder”. Além de Mantega, hoje ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, falaria com governadores.
Questionado a respeito, o molusco, como sempre, disse não enxergar “nenhum problema” em fazer gestões políticas para “influenciar” na queda do ICMS sobre as embalagens. “Eu disse que o companheiro Guido Mantega estava discutindo com os governadores…” e que, se eu pudesse influenciar para que o ICMS se reduzisse, para o leite chegar com mais qualidade à casa das pessoas, não teria nenhum problema”.
De fato, Mantega discute com os governadores ajustes na legislação para acabar com a guerra fiscal entre os Estados. Nada a ver com embalagens de leite. O molusco declarou que acudiria a Tetra Pak “em praça pública, numa reunião, num debate ou numa entrevista”. Acrescentou que seu diálogo com o presidente da multinacional “não foi uma conversa reservada”. Como assim? “Tinha televisão.”
Conversa para ninar bovinos. Em verdade, a palestra foi fechada. A única câmera autorizada a gravar foi a da própria Tetra Pak, e qualquer pedido para se ver as imagens, são negados!
Perguntou-se ao molusco qual é, afinal, a natureza dos negócios que o enriquecem neste seu período pós-presidencial. O baita disse que não age nem como consultor nem como representante das empresas que o remuneram pelas palestras.
“No dia em que eu quiser ser representante de uma empresa, eu deixarei a política e virarei consultor ou conselheiro de empresa! Por enquanto, quero ser conselheiro do PT e quero continuar fazendo política para ajudar o país.”
É pena que o moluscóide não tenha raciocinado assim ao empurrar Antonio “Consultor” Palocci para dentro da Casa Civil da pupila Dilma.
De resto, se acha justa a reivindicação de sua contratante, o molusco deveria dizer ao executivo que o abordou algo assim: “Meu querido, vim aqui para entregar a mercadoria que me foi encomendada: uma palestra…” “…Sobre o ICMS, aconselho-o a procurar as autoridades competentes. Se o pleito é justo, você decerto terá a atenção devida”.
No mais, o interesse do molusco pela tributação das caixinhas de leite tem cara de lobby, focinho de tráfico de influência e rabo de desfaçatez.