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O general abriu o arquivo!!!

Foi-se o tempo que general não tinha cara, não falava com a imprensa. Agora, ontem à noite pela TV a cabo da Globo, nesses tempos de abertura dos arquivos da ditabranda, ou dos anos de chumbo como prefere o comunistéu, o General Leônidas Pires Ginçalves falou. Abriu.

No decorrer da entrevista, enfatizou: numa guerra o que temos é o horror. De belo, só a vitória. E, quem entra numa guerra não pode lamentar a morte. Falou várias vezes.

E ainda, para espanto do entrevistador, o jornalista Geneton Moraes Neto, da Globo, devolveu na pergunta sobre confissões de terroristas comunistas obtidas através de tortura: não foi só através de tortura, foi também por delação, inclusive dos membros dirigentes do Partido Comunista.

E a bomba: Foi por dinheiro, 150 mil entregues em Porto Alegre à filha do delator da cúpula do Partido Comunista, que obtivemos a informação, local, data e hora, sobre a reunião no aparelho comunista da Lapa, em São Paulo, no dia 16 de dezembro de 1976, quando foram mortos três dirigentes do partidão, porque reagiram à prisão.

E perguntou ao repórter: “é duro ouvir, é?” E em várias outras respostas que deu, perguntou depois: foi isso que você perguntou, isso que queria saber?

O repórter, ao ouvir que compraram um dirigente terrorista comunista, retrucou, ponderando que a informação era “muito grave”. Grave nada, ora vejam, a informação é muito interessante. Ou o jornalista estava achando que poderia ferir a honra de terrorista. Ou, pior, achando que terrorista tem honra?

E então o general contou também que essa coisa de pagar por informação de terrorista aprendeu numa viagem à Colômbia, que faziam muito lá e fizeram bastante aqui também.

Foi o senhor quem pagou? Eu não, oras, foi o Exército, respondeu. Mas que dinheiro é esse do exército? É dinheiro que custeia ações de inteligência, explicou. E cututou, noutra hora, a dinheirama que se gasta a titulo de indenização de terroristas e comunistas: são 2 bilhões até agora, com essa bolsa-ditadura. Na verdade, sabe-se, já é muito mais.

Já com longa carreira, no Comando Militar da Amazônia, no Comando Militar do Sul e também comandante do Doi-Codi no Rio de Janeiro nos anos 70, os anos da repressão militar, depois e apesar disso foi nomeado, em 1985, Ministro do Exército pelo presidente eleito Tancredo Neves.

Coma morte de Tancredo, foi ele quem garantiu a posse do então vice, José Sarney, diante da reticência de “setores” militares, civis e políticos. Foi quem implantou o processo de modernização do Exército Brasileiro. Aos 89 anos de idade, falou à vontade, abriu até mais do que foi pedido. Mostrou que vale sim a pena abrir os arquivos da ditabranda.