O fim da Orquestra Sinfônica de São José!!!
O prefeito Felício Ramuth anunciou o fim do contrato com a Orquestra Sinfônica em São José dos Campos no começo da tarde desta segunda-feira (9). Segundo o governo, o contrato anual com o projeto custa R$ 2,5 milhões – a verba será a partir de agora investida em outras áreas consideradas prioritárias. A decisão foi alvo de críticas de pessoas ligadas à cultura na cidade.
A informação foi compartilhada por meio de uma transmissão ao vivo na página do prefeito no Faceboook. Apesar da decisão, ele diz que espera reverter a situação após reequilíbrio das contas da administração municipal.
“Na atual situação da cidade, economia, temos dívidas de conta de água e luz. Tenho visitado UBS e faltam medicamentos básicos. Tenho que tomar atitude quanto isso e uma é romper o contrato com Orquestra Sinfônica da cidade. Esperamos daqui alguns anos reverter a situação e retomar para ter uma Orquestra ainda maior que a atual”, disse.
O prefeito também aproveitou para agradecer os trabalhos da Orquestra que foram realizados na cidade. Em duas horas, a postagem teve quase 700 comentários e 305 compartilhamentos. A decisão dividiu a opinião dos internautas.
“É triste, mas é necessário devido a má gestão passada, para colocar a casa em ordem é preciso abrir mão de algumas coisas. Parabéns pelas iniciativas para poder deixar a casa em ordem”, comentou uma internauta.
“Os concertos no parque têm atraído milhares de pessoas de todas as classes sociais. Decepção total com você Felício. Cultura é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade”, argumentou outro internauta.
A Orquestra Sinfônica foi criada em 2004 e, atualmente era composta por 35 músicos sobre regência do maestro Marcello Stasi. O maestro disse que a equipe da orquestra está de férias e que a decisão pegou todo mundo de surpresa.
“Não esperávamos isso. A orquestra é um trabalho conquistado ao longo de anos. Nós conseguimos levar 9 mil pessoas para o parque para apresentação de música clássica e isso não foi um trabalho do dia pra noite. O Felício tomou essa decisão em poucos dias na administração sem averiguar outras possibilidades, sem discussão. Ficamos assustados porque algo assim não se constrói do dia para a noite. É uma trajetória”, afirmou.
Outras pessoas, ligadas à cultura e à arte em São José, também se mostraram contrárias à decisão. “Estou indignada, será que daqui a pouco vai querer fechar a Fundação Cultural também? A cultura é direito do povo, não só da elite. A orquestra fazia um trabalho maravilhoso e agora todo dinheiro gasto vai para o ralo. A cultura não pode ser culpada pelos outros problemas da cidade. Não sou partidária, penso na cultura”, disse Andreia Barros.
O ex-presidente da Fundação Cultural, Alcemir Palma, lamentou a notícia. “É uma pena, eu lamento porque é a cidade que perde. Ele deveria tentar outros meios antes de cancelar”, afirmou ela.
Por nota, a Associação para o Fomento da Arte e da Cultura (Afac), gestora da orquestra, apenas confirmou o encerramento das atividades e agradeceu a equipe que participou da orquestra.