O Espaço ao seu redor: responsabilidade por um mundo melhor !!!
A palavra espaço pode ser utilizada em diversos contextos, dentre os quais o espaço sideral onde se encontram a Terra, a Lua e os 1.150 satélites artificiais que hoje viajam sobre as nossas cabeças a estonteante velocidade de 27.000 km/h. Lá de cima eles nos ajudam, por exemplo, na Previsão do Tempo, nas Comunicações e no monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica.
Em um contexto mais terreno, contudo, a palavra espaço significa nossa família, a rua em que moramos, a cidade em que vivemos, o nosso local de trabalho, o ar que respiramos, as pessoas com quem interagimos e a água que bebemos. Lá de cima é possível monitorar como ocupamos o espaço aqui embaixo e como utilizamos as reservas de água potável, incluindo a poluição que causamos aos rios e mares. Estudar a migração de pássaros e outros animais é rotineiramente feito com o auxílio dos satélites situados a centenas de quilômetros da superfície da Terra. Não à toa, em 2013 foram lançados ao espaço quase quatro satélites por semana.
Quando do lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957, éramos três bilhões de seres humanos e havia uma grande disputa por espaço aqui na Terra. Foi a Guerra Fria, travada entre os dois impérios de então (EUA e URSS), que nos levou à Corrida Espacial. Dessa disputa também vieram a Internet e o sistema de posicionamento via satélites (GPS), que hoje usamos rotineiramente sem nos darmos conta de onde vieram.
Mas nem tudo são flores. Arthur Clarke afirmou que os dinossauros foram extintos porque não tinham um programa espacial. Graças à extinção deles, cá estamos utilizando nossa inteligência e espírito empreendedor para desenvolver tecnologias e melhorar nossa qualidade e expectativa de vida. Além de termos visitado todos os planetas do Sistema Solar, já enviamos uma espaçonave não tripulada para o espaço interestelar (Voyager 1). Dentre nós, há centenas de voluntários interessados em uma viagem a Marte, com bilhete só de ida (Projeto Mars One). O que será que os motiva? Seria o receio de terem, mesmo possuindo um programa espacial, o destino dos dinossauros? Talvez, temam que em um eventual conflito entre a Rússia e o mundo ocidental, sobre a Crimeia, seja feito uso de parte do arsenal nuclear desenvolvido ao longo da Guerra Fria, suficiente para levar à extinção da espécie humana. Podem também temer as consequências do aquecimento global e a perspectiva de, em um futuro próximo, terem que repartir os finitos recursos terrestres com mais dez bilhões de pessoas. Ou quem sabe não suportam mais conviver com um sistema político que parece existir tão somente para atender às necessidades dos eleitos e dos grupos de interesse que financiam suas campanhas. Há também a possibilidade de que pretendam, num outro planeta e com novas ideias e tecnologias, começar uma nova civilização.
Sobre o Palestrante: Engenheiro mecânico com mestrado e doutorado é tecnologista sênior do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). No período 2000-2003 foi coordenador do Curso Superior Sequencial em Tecnologia Aeroespacial, da Universidade do Vale do Paraíba. Entre 2004 e 2009 foi o representante do DCTA no Conselho Técnico-Científico do Programa Uniespaço da Agência Espacial Brasileira (AEB) e atualmente integra o Conselho Técnico-Científico do Programa Microgravidade da AEB, onde também colabora com o Programa AEB Escola. Entre 2005 e 2008 ocupou a chefia da Divisão de Sistemas Espaciais (ASE) do IAE. Em 2011 participou do Programa de Estudos Espaciais promovido pela Universidade Internacional do Espaço (ISU). É professor colaborador do curso de engenharia aeroespacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Em 2012 recebeu do Comando da Aeronáutica a Medalha Mérito Santos-Dumont. É membro da Comissão Organizadora da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), da Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) e da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB).
Salientamos que a palestra em referencia, é de responsabilidade da Academia Caçapavense de Letras!