O crime dos “desocupados”: a falta de políticas públicas!!!
A sequência de três matérias que produzimos, sobre a questão dos “desocupados”, que perambulam pelas ruas e praças da cidade, acabou despertando a atenção de mais de 15 mil pessoas, que se manifestaram em opiniões, em sua imensa maioria, de postura absolutamente contrária à liberdade que os citados têm pela cidade.
Dizem ser necessário o poder de polícia, para que sejam retirados das ruas, acabando, de vez, com imagens insólitas de grupos de cinco e até mais dos “desocupados”, utilizando locais públicos para suas necessidades fisiológicas e achacando a população na busca por moedas que, invariavelmente acabam na compra de pedras de crack ou bebidas alcoólicas.
O quadro entristece, visto refletir a falta de importância que o assunto requer, perante as autoridades municipais, principalmente pela ausência de políticas públicas que possam orientar eventuais programas sociais de qualidade, capacitados para amparar o indivíduo nestas condições e encaminhá-lo para tratamento e recuperação e, posteriormente, sua reinserção na família e no mercado de trabalho.
Em Caçapava, lamentavelmente, a principal área que poderia elaborar algum trabalho de porte, neste nível, seria a Secretaria de Cidadania e Serviço Social que, juntamente com outros setores públicos, como por exemplo Saúde e Segurança Pública, todos em conjunto, teriam condições de minimizar e até mesmo eliminar o problema que, infelizmente, aumenta a cada dia.
A dependência química e alcoólica, é uma doença extremamente grave, em que adoece a família toda sempre esperando, através do amor e do acolhimento, que o dependente se recupere e retome sua vida normal. Infelizmente não é o que acontece. Ás vezes, ficam internados alguns meses mas, por falta de políticas maduras, abrangentes e efetivas, acabam retornando ao vício e à mendicância.
Aos familiares, resta uma vida sofrida, que resiste, por amor, à agressões verbais e físicas e, principalmente pela incerteza da segurança física do “desocupado”, seja ele marido, filho e até neto que, em troca da segurança do lar, refeições e local para dormir, preferem o abandono, a frieza e a insegurança das ruas.
Infelizmente em nossa cidade, casos como estes estão abandonados à própria sorte, visto num primeiro instante, a falta de um gestor à frente da Secretaria de Cidadania e Serviços Sociais (Roseli foi demitida há três meses) e também pela completa falta de responsabilidade social do prefeito, que simplesmente abandonou a cidade, preferindo participar de lamentáveis montagens fotográficas segurando a picareta, do que administrar com seriedade e equilíbrio, em busca de minimizar ou eliminar o impacto dos problemas sociais existentes na cidade!
Assim, sem seriedade e sem políticas sociais atuantes e efetivas, ocorrem divergências quanto à necessidade de internação, oportunidade em que o Caps tenta, ao máximo, evitar a internação por questões ligados aos custos, nestes casos, devidos ao Esquadrão Vida, conveniado com a prefeitura.
Por estes motivos, as possibilidades de recuperação são mínimas, lamentavelmente!