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Na surdina, deputados deturpam o pacote anticorrupção!!!

monumento-mortos-intentona-comunista-1935A Intentona Comunista, também conhecida como Revolta Vermelha de 35  foi uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas realizado em 23 de novembro de 1935 por militares, em nome da Aliança Nacional Libertadora.

O levante eclodiu em pontos esparsos do território nacional, a saber em Natal e arredores, entre 23 e  25 de novembro; em Recife, a 24 de novembro; e no Rio de Janeiro, em 27 de novembro, coincidentemente na mesma data ocorrida, desta vez em 2016,  exatamente dias atrás e também na surdina, quando um grupelho de deputados federais aprovaram, nas coxas, na surdina e em plena madrugada, um texto que na prática, derruba o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção, apresentado pelo Ministério Público Federal e que hoje encontra-se nas mãos do Senado Federal para avaliações as quais, inevitavelmente estarão sujeitas às pressões daqueles que se encontram atolados até os queixos, na lama da corrupção que varre este país.

A Intentona Comunista deu a exata dimensão do estado de espírito dos envolvidos, esclarecendo que  a rebelião no Rio de Janeiro ocorreu após um período no qual a tropa estava pelo menos a cinco dias de prontidão, portanto, exausta e, além disto, o movimento teve início após a meia noite. Leve-se em conta  que, na mesma data, desta vez em 2016, a população brasileira encontrava-se absolutamente desligada das questões políticas internas, ou de qualquer outra, aturdida com a queda do jato da Lamia, que transportava jogadores do time do Chapecó,  com as expectativas em relação aos mortos e feridos, enfim com toda a incerteza que acompanha momentos como estes!

É interessante citar a opinião moderada de um oficial que participou dos referidos combates, o então tenente José Campos de Aragão, que se reformou como General de Divisão. Em seu livro sobre a Intentona, na página 75, o Gen. Aragão assim se manifesta: “O capitão Armando de Souza Melo e o tenente Danilo Paladini, que repousavam no momento da insurreição, foram mortos pelos revoltosos ainda aturdidos quando se levantavam”. E sobre estas declarações comenta em seu livro Otoni Soares: “dizer que alguém foi morto quando estava atônito e aturdido, no exato momento em que se levantava do descanso, não quer dizer que estivesse dormindo, embora mais próximo do estado de sono do que de vigília. Contudo, passar de um extremo ao outro: os que morreram, morreram lutando, como afirmam os comunistas, também não tem sentido”.

Os amotinados, companheiros de véspera, teriam, de acordo com a versão legalista, ferido e matado indiscriminada e covardemente seus companheiros que dormiam versão esta que até hoje gera margem a dúvidas, já que os quartéis do Rio estavam em prontidão após os levantamentos revolucionários no Norte do País, e em tais circunstâncias seria extremamente difícil encontrar oponentes inermes a serem massacrados de tal forma.

Seja como for, a luta foi atroz e sem quartel, com os insurretos tentando expandir a rebelião a todo custo, esbarrando na mais férrea resistência das forças legalistas, e finalmente  perdendo a luta.

Nos dias atuais, restou ao povo brasileiro, indefeso, acompanhar a esdrúxula sessão da Câmara Federal, que se estendeu madrugada afora, aprovando-se, cabo a rabo, instruções manipuladoras e favoráveis aos interesses daqueles que serviram-se á vontade nos cofres da nação e agora recusam-se à prestação de contas!