GERALMUSEU DO AUTOMOVEL

Maverick: amor de longo tempo !!!

No dia 4 de junho de 1973 saía da linha de montagem da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo (SP), a primeira unidade do Maverick, um dos automóveis mais emblemáticos da indústria automobilística brasileira. Nascido nos Estados Unidos e trazido ao Brasil para ocupar o espaço que havia na gama da marca entre o popular Corcel e o luxuoso Galaxie, o modelo teve vida curta por aqui, mas deixou uma legião de fãs mesmo após quatro décadas de seu lançamento. Confira mais sobre a história do "Maveco" aqui.

No dia em que o clássico da Ford completou 40 anoos o Carsale se juntou a uma legião de fãs do modelo para bater um papo nostálgico com quem mais entende do assunto. O local escolhido para comemorar o aniversário do quarentão foi o Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, onde estiveram presentes cerca de 50 exemplares do Maveco, entre veículos originais, restaurados e customizados. O Carsale conversou com dois fanáticos pelo modelo da Ford, que contaram um pouco de sua paixão e das histórias de seus carros.

O administrador de empresas Paul Gregson, de 44 anos (na imagem acima, mostrando a cópia de um manual de manutenção que as concessionárias utilizavam na época), pode ser considerado um verdadeiro amante do Maverick por reunir em sua garagem seis unidades do modelo e por ter escrito um livro dedicado ao carro – “Maverick: Um Ícone dos Anos 1970” . Entre as relíquias de Gregson estão uma unidade da versão norte-americana Grabber, que pertenceu ao ex-presidente João Figueiredo, e precisou de uma restauração que levou mais de nove meses para ser finalizada.

“A minha paixão por esse modelo começou quando o meu pai comprou o primeiro Maverick dele, no dia 25 de novembro de 1975. Mantenho esse carro guardado até hoje”, diz Gregson.

Outra joia da coleção, e talvez a mais curiosa de todas, é uma perua Maverick que o administrador comprou desmontada em 1999. “Este carro é de 1976 e levou quatro anos para ser totalmente restaurado e ficar no estado atual”, destacou o orgulhoso proprietário da raridade.

Elaborado pela concessionária paulistana Souza Ramos, o modelo era baseado no Maverick sedã de quatro portas e, por conta da dificuldade do processo, a sua produção levava cerca de quatro meses para ser finalizada. “Dizem que entre 150 e 200 unidades foram produzidas, mas eu duvido que tenham feito 100 carros desses por causa da demora da entrega”, explicou Gregson.

Entre os cerca de 50 carros expostos no Anhembi, o Maverick Stallion 1976  do comerciante Vinícius Neves, de 38 anos, também se destacava por conta da exclusividade. O modelo foi comprado por US$ 8 mil (cerca de R$ 16 mil) nos Estados Unidos e levou cerca de um ano para ser importado. “Achei o carro no ebay (site de vendas) e um amigo que mora na Flórida o guardou para mim até o momento de trazê-lo ao Brasil”.

O Maverick Stallion foi a última série especial a ser produzida pela Ford dos Estados Unidos para substituir a versão  Grabber. O modelo deixava de ser equipado com o lendário motor 302 V8 para ser equipado com um bloco de seis cilindros. No ano seguinte, o Maverick teve a sua produção encerrada naquele país.

“O legal de ter carro antigo é que você acaba fazendo muitas amizades. O antigo proprietário deste carro acompanhou o processo de restauração pela internet. Até hoje converso com ele pelo Facebook”, disse Neves. Além do exclusivíssimo modelo norte-americano, o comerciante possui ainda mais dois exemplares nacionais, fabricados em 1974 e 1976. “Ao contrário da maioria dos colecionadores, que se apaixonam por carros logo na infância, a minha paixão pelo Maverick começou apenas aos 18 anos de idade”.

Para trazer o Maverick Stallion ao Brasil e restaurá-lo, Vinícius diz ter gasto cerca de R$ 70 mil.

Na última terça-feira (4), foi realizado na passarela do samba paulistano, o Maverick Night, um evento promovido pelo Auto Show Collection, em parceria com o Museu do Maverick e o Clube do Ford V8. A data foi escolhida justamente para coincidir com os 40 anos do início da produção do carro no Brasil (veja as raridades que passaram pelo evento na galeria abaixo).

No encontro haviam carros trazidos de cidades do interior de São Paulo e até exemplares de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Entre as preciosidades, se destacavam raridades como a perua Maverick e a limitadíssima versão Stallion, a última série a ser produzida nos Estados Unidos.

Apesar de a noite ter sido dedicada ao Maverick, diversos clássicos de outras marcas, além de veículos tunados, marcaram presença no Anhembi e encheram os olhos de homens, mulheres e até mesmo de crianças que acompanhavam os pais no passeio. Em um canto do Sambódromo era possível comprar desde miniaturas a peças de carros antigos em diversas barracas de uma feirinha. Os frequentadores não vão ao evento apenas para exibir ou ver as preciosidades automotivas, mas também para encontrar amigos, bater papo e discutir, principalmente, sobre carros.

O Ford Maverick revive, atualmente, dias de glória e a paixão de seus fãs e colecionadores resiste ao tempo, mesmo após mais de 30 anos do fim de sua produção.

Esperamos poder contar, ainda, com o Clube do Maverick para que nos ajudem a recuperar o nosso Maverick, hoje parte integrante do acervo Roberto Lee, e à espera de um dia voltar a brilhar para os visitantes!