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Matar todo mundo: a lista negra do PCC

 

 
Moro e Telhada, à esquerda, e Alckmin e Gakiya, à direita da tela | Foto: Reprodução/Agência Brasil/Alesp/Revista Oeste

Moro e Telhada, à esquerda, e Alckmin e Gakiya, à direita da tela 

O Primeiro Comando da Capital (PCC) tem o objetivo de assassinar políticos e autoridades brasileiras. A lista negra da facção criminosa é formada especialmente pelo senador Sergio Moro (União-PR), pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), pelo ex-secretário de Administração Penitenciária Lourival Gomes, pelo deputado federal Coronel Telhada (PP-SP), pelo diretor de presídios Roberto Medina e pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya.

Nesta semana, a Polícia Federal (PF) prendeu os integrantes do PCC que planejavam resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Depois de fracassarem na operação, os criminosos decidiram assassinar políticos em Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

O plano contra Moro foi descoberto pela PF ainda no ano passado, quando o ex-juiz disputava uma vaga no Senado. Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, Gakiya revelou os bastidores da operação. “Eu que levei uma testemunha protegida para depor”, disse. “Eu e Mário Sarubbo, procurador-geral de Justiça, levamos o caso ao conhecimento do ex-ministro Moro. Isso ocorreu em 30 de janeiro. Na mesma data, encontramos a cúpula da PF, para quem entregamos uma representação para a instauração de uma investigação. A PF de Curitiba instaurou um inquérito policial em 3 de setembro do ano passado.”

Gakiya também é um dos alvos do PCC. Em 2013, policiais apreenderam uma carta na Penitenciária II de Presidente Venceslau (SP). O documento estava com Maria Elaine de Oliviera e Alessandra Cristina Vieira, mulheres de bandidos presos. Na carta, os criminosos ordenam o assassinato do promotor.

O mesmo documento decreta a morte de Roberto Medina. “Dá para fazer ele a hora que quiser”, diz um trecho da carta, referindo-se ao diretor de presídios. “Nóis [sic] já tem o carro e o orário [sic] tudo dele.”

Naquela época, promotores de Justiça receberam informações sobre os planos da facção criminosa de assassinar Lourival Gomes, então secretário de Administração Penitenciária, e Coronel Telhada (PP-SP), ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e atualmente deputado federal. Os bandidos atiraram 11 vezes contra o policial, que conseguiu escapar.

Três anos depois, em 2016, Gakiya obteve provas de que o PCC tinha a intenção de matar Alckmin. Na ocasião, o ex-tucano era governador de São Paulo. Interceptações telefônicas mostraram que a facção criminosa tentava assassinar o político desde 2011. Integrantes da alta cúpula do PCC sugeriram treinar bandidos não procurados pelas autoridades para concluir o plano.

Os detalhes da operação contra o PCC

O delegado Martin Bottaro Purper, da PF, detalhou em 83 páginas o plano do PCC de assassinar Moro. O documento mostra que a facção criminosa montou uma estrutura sofisticada para concluir seu objetivo, com investimento maciço nos participantes da trama. Imóveis, carros e armamentos estão na lista dos benefícios concedidos aos bandidos.

A investigação teve início depois de uma testemunha procurar o Ministério Público Federal (MPF) e alegar que havia um plano de atentado contra Moro. Essas informações levaram à instauração de um inquérito policial, que teria o objetivo de aprofundar a investigação.

Trocas de e-mail, mensagens de WhatsApp e telefonemas confirmaram a intenção dos criminosos de atacar o ex-juiz. Um núcleo específico do PCC, chamado Restrita, seria o responsável pela operação.

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