Manifestantes presas em Brasília vivem situação precária, denuncia Defensoria Pública do DF
Durante uma vistoria realizada na Colmeia, penitenciária feminina de Brasília, na semana passada, a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) constatou uma série de irregularidades do ponto de vista dos direitos humanos.
Em uma das alas, que abriga 137 mulheres, há somente dois vasos sanitários e um chuveiro disponíveis. A chefe da DPDF, Emmanuela Saboya, disse ainda que a Colmeia está com superlotação, e a alimentação das detentas é inapropriada.
“Muitas presas nem conheciam Brasília e vieram para cá pensando em participar de uma passeata”, relatou Emmanuela. “São mulheres que têm filhos pequenos e pais idosos. Muitas têm comorbidades, problemas de saúde graves. Eu mesma entrevistei três que têm câncer e estão em tratamento.”
A chefe da DPDF ressaltou que muitas manifestantes presas precisam de remédios especiais, que não são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde. “As famílias moram longe e não têm como enviar essas medicações”, constatou Emmanuela. “Muitas pessoas, inclusive, estão em risco de perder seu trabalho, porque já faz mais de 30, 40 dias que não vão trabalhar.”
Outro problema identificado é a questão do direito de defesa. Segundo a chefe da DPDF, manifestantes presas relatam que não conseguem contato com seus advogados. Algumas delas, que foram presas no Quartel-General do Exército em 9 de fevereiro, dizem que foram obrigadas a entrar em ônibus e que não sabiam que estavam sendo presas — só se deram conta na Colmeia.