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Folha UOL e a esfarrapadíssima desculpa por ter chamado a enfermeira de negra!!!

A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira brasileira vacinada contra a covid-19, em um evento transmitido direto do Hospital das Clínicas, em São Paulo, no último domingo, 17, após a Anvisa ter liberado o uso emergencial da CoronaVac. O momento histórico, foi reproduzido, em manchete, pela Folha UOL, salientando que a acima citada, era negra, enfermeira e moradora de Itaquera, como se não existisse frase mais racista e incentivadora de disputas de resultados absolutamente imprevisíveis.

O fato da Folha UOL, através da repórter Nathália Geraldo ter enfatizado que Mônica é uma mulher negra incomodou muita gente. Nas redes sociais – incluindo a postagem que Universa fez sobre o fato no Instagram, seguidores indignados questionavam: “Por que dizer que ela é negra?”, “Será que os brancos também não vão se vacinar?”, “Se fosse uma branca, ressaltariam a cor?” e ainda “Precisam falar que ela é negra? Somos todos iguais!”.

Vejam abaixo, a esfarrapadíssima desculpa da repórter, por ter produzido texto tão carregado de racismo explícito e, pior ainda, ter sua lamentável e discriminatória opinião publicada em manchete sensacionalista pela Folha UOL. Fica claro que a desavisada repórter, certamente fruto do desvario do projeto de educação gerador de aberrações da época em que sentou-se nos bancos escolares, excedeu-se em seus devaneios, possivelmente tateando, qual cego na escuridão, em busca de um texto que agradasse o editor e pudesse ser publicada, o que lhe renderia umas quireras. O gajo, tendencioso e discriminatório como nunca, publicou, mesmo sem entender patavina da profundidade da agressão que ali se desenhava.

Vejam até onde vai, num mar de abobrinhas estragadas, a tentativa de defesa da repórter Nathália Geraldo:

“Racializar as discussões e as situações, ou seja, olhar por uma perspectiva em que a classificação racial também é parte importante do discurso, é um caminho sem volta. No Brasil, é bastante necessário. Precisamos voltar algumas casas no tabuleiro da História para entender: negros e negras sofrem até hoje com o racismo, em todas as suas expressões, e colhem o fruto amargo das desigualdades raciais instauradas por um sistema escravista.

Não fomos nós que criamos esse sistema, mas é ele quem estabelece que lugares são destinados aos brancos e quais são de pertencimento de mulheres negras, como Mônica. Dizer que ‘somos todos iguais’ é uma falácia do racismo à brasileira, aquele que finge que não existe, mas que mantém intocável a estrutura de privilégios usufruídos pela branquitude.

É só relembrarmos que a primeira morte por covid foi de uma mulher negra, a empregada doméstica Cleonice Gonçalves, no Rio de Janeiro. Ela trabalhava na casa de uma mulher que tinha ido à Itália, então epicentro da pandemia, e também foi contaminada.

Afirmar a identidade de Mônica, mulher, negra e pobre, é uma celebração de sua vida. Ela borrou as fronteiras do imaginário do brasileiro”.

O mais curioso de tudo isto é que, no universo de centenas ou até mesmo milhares de veículos de comunicação existentes no país, que publicaram o fato da enfermeira Mônica ter sido, em tese, a primeira pessoa do país a tomar a vacina, nenhum deles fez qualquer alarido quanto à raça ou ao credo da citada. Só a Folha UOL, veículo habitualmente propenso a publicar eventos discriminatórios e propensos a estimular disputas raciais, como já mostramos em matéria publicada anteriormente, em nosso informativo.

Lamentável a atitude da repórter e, principalmente, do editor da Folha UOL em incentivar inexistentes desafios raciais onde de fato não existem.

Vejam um comentário publicado no Universa:

“Isso tudo foi um show. Um show para a imprensa publicar justamente oq vcs publicaram. Um show para gerar discussão. Todos nós caímos e o ato político foi um sucesso. O racismo no Brasil existe e é horrível. Mas quando poucos tentam subir o negro ao nível do branco, vcs não aceitam. A impressão que tenho é que vocês desejam que a minoria continue sendo minoria pra vcs terem motivo para militar. Pô! O que os negros merecem é justamente a igualdade de direitos!!! Então focar no fato dela ser negra, já a rebaixa outra vez e vocês acabam sendo racistas sem notar! Tudo errado. Vcs militantes não sabem lutar e acho que nunca saberão.”

Excelente! Combina com nossa opinião!