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Eternit terá que pagar tratamento de ex-funcionários expostos a amianto !!!

A exposição ao pó de amianto pode causar a asbestose, doença conhecida como "pulmão de pedra"

A Justiça do Trabalho decidiu que a Eternit S.A. deverá pagar as despesas com assistência médica integral dos ex-empregados da unidade de Osasco (SP) expostos de forma prolongada ao amianto (mineral utilizado para fabricar telhas e caixas d’água).

A liminar concedida pela juíza Raquel Gabbai de Oliveira, da 9ª Vara do Trabalho de São Paulo, foi dada na ação civil pública do MPT (Ministério Público do Trabalho) movida contra a empresa.

A decisão prevê que todos os ex-funcionários da unidade que não estejam inscritos em plano de saúde custeado pela empresa devem ter atendimentos e procedimentos médicos, nutricionais, psicológicos, fisioterapêuticos, terapêuticos, interações e medicamentos pagos pela empresa sob multa de R$ 50 mil por empregado.

A Eternit ainda pode ser condenada em R$ 1 bi por danos morais coletivos. Caso seja condenada, o valor deverá ser destinado a instituições públicas que atuam com saúde e segurança do trabalho ou ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Procurada pelo UOL, a empresa informou que, “não tem conhecimento do inteiro teor da ação e que irá se manifestar somente após avaliação de seus advogados.”

De acordo com o MPT, a empresa manteve a planta industrial de Osasco funcionando por 52 anos, mesmo sabendo das consequências no uso do amianto e que abrangeu mais de 10 mil trabalhadores.

Numa amostra de mil ex-trabalhadores da Eternit em Osasco, avaliados pela Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho), quase 300 adoeceram por contaminação. Destes, 90 morreram entre 2000 e 2013. Mas o número pode ser muito maior, já que a empresa ocultou ou dificultou a ocorrência de inúmeros registros.

Uma das doenças mais frequentes encontradas nos trabalhadores expostos ao pó de amianto é a asbestose, conhecida como “pulmão de pedra”, que destrói a capacidade do órgão de contrair e expandir, dificultando a respiração.

Normalmente, a asbestose se manifesta décadas após a contaminação, num intervalo de 10 anos, 20 anos ou até 30 anos. Primeiro, vem uma inflamação contínua, que vai piorando com o tempo até se configurar em câncer.

3Dentro deste quadro, preocupa-nos a situação atual da Faé, em Caçapava, no que diz respeito ao abandono de cerca de 500 toneladas de material tóxico depositados nas ruínas da fábrica, ali na Rodovia Olívia Alegri, proximidades de Caçapava Velha. Os riscos de contaminação decorrentes do armazenamento incorreto do material, certamente estão causando algum mal à população do entorno da fábrica, sem quaisquer providências por parte das autoridades ambientais!