Editorial: O Brasil e a guerra que não existiu!!!
“Nada menos de 14.779 alemães e italianos se tornaram prisioneiros em dois campos próximos, instalados pelos brasileiros. O general alemão Otto Fretter-Pico e o general italiano Mario Carloni foram escoltados até Florença pelo general Falconiere e general Zenóbio, que os entregaram ao 5º Exército norte-americano, juntamente com 6 milhões de liras também tomados pelos brasileiros.”
Numa luta, nos arredores de Fornovo, cinco brasileiros foram mortos e cerca de 50 foram feridos. O que tinha sido conseguido era notável em operações de guerra: a rendição de uma Divisão alemã a uma única Divisão aliada, a brasileira.”
Embora o gigantismo da vitória brasileira, tenha sido expressado corretamente, a luta dos pracinhas da FEB foi sangrenta e dificultosa, além de ser a última batalha enfrentada antes do fim da guerra, fato este também marcante para os historiadores, em sua árdua tarefa de preservar a memória dos feitos de nossos ex-combatentes, repassando-os à sociedade na medida e razão da grandiosidade dos fatos que ocorreram durante a guerra.
Em Caçapava, as comemorações aconteceram no Forte Ipiranga, sede do 6º BIL aeromóvel, unidade histórica cuja participação na Segunda Guerra foi decisiva, quando o então Regimento Ipiranga, incorporado ao 5º Exército Americano, trilhou um caminho de glórias, que forjou o caráter e a têmpera do valoroso combatente brasileiro, nas inúmeras vitórias conquistadas em terras italianas, ainda que em condições desfavoráveis, do ponto de vista da falta de preparo para o combate no frio extremo e as dificuldades com armamento e rações diárias com cardápio predominantemente americanizadas, fora dos padrões da “terrinha”.
Com tudo isto, a rendição em Fornovo, foi plena e satisfatóriamente comemorada pelos militares do Exército em Caçapava, mediante uma formatura especial onde a presença de 7 ex-combatentes da FEB, (todos em idade avançada), que desfilaram em veículos militares caracterizados como da época da Segunda Guerra Mundial, acabaram emocionando o grande público, eis que foram presenteados com a participação de heróis que ainda hoje inspiram a comunidade militar, na busca de seus objetivos.
No entanto, não obstante a efetiva e decisiva participação dos brasileiros no evento, situações exaustivamente demonstradas pelas várias entidades febianas existentes no país e particularmente em Caçapava, constatamos que existe uma negligência informal da imprensa em geral, em não divulgar os assuntos relacionados à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial, como ocorreu nesta data de 29 de Abril, quando se comemorou, em todo o país, os 72 anos da rendição alemã em Fornovo di Taro.
Inexplicavelmente, a média imprensa do Vale do Paraíba, e a grande imprensa nacional, smj, em nenhum momento, sequer citaram a ocorrência das comemorações no Forte Ipiranga, fato este que não pode ser examinado, do ponto de vista de desconhecimento, eis que a matéria foi muitíssimo bem divulgada, principalmente pelo www.taiadaweb.com.br , pelas autoridades militares e pelas mídias eletrônicas, além de ser um evento que, pela constância de sua realização, sempre na data da ocorrência dos feitos heroicos de nossos pracinhas, já criou muita empatia com a população local e das cidades vizinhas, que comparece em massa, como ocorreu neste dia 29 de Abril, deixando as áreas internas do Forte Ipiranga, completamente congestionadas, inclusive pela apresentação musical da Banda Militar e pela belíssima reencenação artística da rendição alemã, praticada pelo Grupo Monte Castelo.
Lamentável que o gigantismo dos feitos heroicos de nossos ex-combatentes da FEB, só sirvam de pauta para reportagens da mídia citada, com objetivos meramente ligados ao preenchimento de espaço, dificultando, cada vez mais, a árdua tarefa das entidades febianas de preservação da memória dos feitos de nossos pracinhas!