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De dentadura na mão…!!!

Cerca de 25 mil consumidores vão amargar prejuízos que, somados, podem chegar aos R$ 200 milhões. A empresa de implantes dentários Imbra entrou com pedido de autofalência, ontem, na 2ª Vara de Recuperação Judicial e Falências do Fórum Central Cível João Mendes Júnior, em São Paulo. Além dos clientes, a quebra da firma odontológica deixa dívidas com fornecedores e pelo menos 3 mil colaboradores. Apenas em Brasília, aproximadamente mil pessoas estariam na lista de prejudicados. Em São José e região, são centenas de casos, inclusive de uma senhora que perdeu R$ 21 mil Reais e não recebeu sua prótese!

Na manhã desta quarta-feira (6/10), em todas as 26 clínicas espalhadas no país, o sentimento de surpresa e frustração tomou conta de clientes e funcionários da empresa. Todos que chegavam para realizar tratamentos, acertar pagamentos e até para trabalhar encontraram portas fechadas e um cartaz com a informação de que os serviços estavam suspensos em função de “problemas técnicos”. “Ninguém foi avisado. Um dentista ligou e disse que a empresa tinha falido”, contou Alisson Ramos, 32 anos, chefe de Logística da Imbra em Brasília.

Para não serem hostilizados, os funcionários da IMBRA, entre eles dentistas, trancaram as dependências e ficaram no estacionamento próximo à espera de informações. Segundo o relato dos trabalhadores, diversos consumidores forçaram a entrada e ameaçaram quebrar uma das portas de vidro. Em Belo Horizonte, circulavam notícias de saques em um prédio da Imbra por clientes furiosos. No Distrito Federal, vários credores prometeram voltar para tentar levar móveis e aparelhos.

Jonivan Moreira dos Santos, 36 anos, efetuou o pagamento de quase R$ 26 mil por um tratamento. O serviço começou a ser executado, mas não foi terminado. “É um absurdo. Não posso ficar com esse prejuízo”, disse Santos. O empresário João Vicente Goulart, 53, tentou na tarde de ontem, sem sucesso, obter de volta os R$ 7 mil que havia desembolsado. A esposa dele, Verônica Fialho, 35, procurou solucionar o problema por telefone. Como não conseguia uma resposta dos funcionários, o casal decidiu ir ao local e deparou com a clínica fechada.

“Estou há um ano tentando terminar esse tratamento e não consigo. Já coloquei a empresa no Procon e até acordo fizemos, mas não deu em nada”, queixou-se Goulart. “Nós estávamos contando com esse dinheiro. Estou até com problemas no banco por conta disso”, emendou Verônica. Mais um capítulo desse imbróglio deve se iniciar amanhã. Os funcionários de Brasília contrataram um advogado e vão fazer uma reunião para decidir o que fazer. Consumidores prometeram participar do encontro.

Nota da Fundação Procon de São Paulo assegura que, enquanto a falência da Imbra não for decretada pelo Poder Judiciário, os contratos celebrados deverão ser cumpridos integralmente. “Caso o fornecedor não realize os procedimentos contratados, deverá restituir os valores pagos pelo consumidor, corrigidos monetariamente”, assinala o comunicado. “O consumidor que encontrar dificuldades em ser atendido pela empresa deve procurar o Poder Judiciário.”

Na avaliação do advogado Roberto Belluzzo, os consumidores e trabalhadores que tiveram prejuízos com a empresa, devem mesmo entrar com ações judiciais. “A união é sempre melhor nesses casos. As partes lesadas ganham muito mais força com uma ação coletiva”, sugeriu.

O caso da IMBRA vai na contramão do momento de boa solvência das companhias do país. Segundo a Serasa Experian, em setembro, a quantidade de falências decretadas chegou ao menor nível para o mês desde 2005, ano em que foi instituída a Lei de Recuperações Judiciais. Ao todo, foram 57 no período. As micro e pequenas empresas obtiveram o destaque do levantamento ao registrar um recuo de 41,9% frente a agosto!

 
Está claro que se trata de mais uma sacanagem para com o consumidor, que poderia ser evitada se tivéssemos leis mais rígidas para a abertura deste tipo de empresa, não é? Hoje em dia, qualquer Zé Mané monta uma droga de empresa destas, fatura nas costas dos pobres coitados, fecham as portas e depois desaparecem, para curtir o gordo patrimônio obtido e não dão à mínima aos lesados.
 
Acho que é mais um caso de responsabilidade solidária. As autoridades financeiras econômicas tem que ser responsabilizadas!

7 comentários sobre “De dentadura na mão…!!!

  • Tomate, esqueça o Procon, pois este orgão serve somente para resolver questões de somenos importância, ou seja, nada, pois desestruturado e desinteressado e sem poder de coação e como o brasileiro só entende esta linguagem a orientação que ele deu significa: NADA.

  • Segundo o Procon-SP, “enquanto a falência não for decretada pelo Poder Judiciário, os contratos celebrados deverão ser cumpridos integralmente”. Caso o fornecedor não realize os procedimentos contratados, o consumidor deverá ter os valores pagos restituídos, corrigidos monetariamente.
    O consumidor que encontrar dificuldades em ser atendido pela empresa, deve procurar o Poder Judiciário.

  • Meus amigos: nosso blog tem uma predominância muito grande, de usuários advogados e gostaria de pedir-lhes algumas sugestões com relação ao assunto, para amenizar a perda e o sofrimento destas pessoas que estão arcando com este estelionato explícito!
    Obrigado!

  • Aqui em Curitiba,PR, o pessoal está s reunindo para entrar com uma ação conjunta no Procon e no Ministério Público!

  • Fui lesada pela IMBRA!!! Meu prejuízo chega a 25.000,00… Gostaria de ser informada se os clientes lesados vão entrar com uma Ação Judicial Coletiva aqui no DF.

  • O brasileiro ainda acredita em estória de papai noel, gnomo, fada e outras coisas dá nisto.

  • JC este foi o maior golpe da historia do Brasil, a exemplo de muitos Bancos. Pobre brasileiro, reclamar para quem. Vou dar minha sugestão reclamem para o Molusco ” eu não sei de nada”! Que talvez resolva o caso de mais este golpe.

    Parabéns você é rápido no gatilho.

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