Comemorando os 99 anos do Ten FEB Jarbas Dias Ferreira!!!
Nesta sexta feira, 18 de Dezembro, os representantes do Centro Cultural da FEB Caçapava Mauricio de Queiroz e João Marcos Falcão Sodré, além de sua esposa dona Heliete Suely Sodré, ensejaram visita ao ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, Ten FEB Jarbas Dias Ferreira, residente em São José dos Campos, onde participaram de delicioso café com bolo, em comemoração aos seus 99 anos de idade, com muita conversa, nutrida de boas lembranças, das épocas em que esteve na Europa e dos mais variados “causos” lá ocorridos, que não são lembrados na bibliografia atual!
Nascido em 19 de dezembro de 1921, natural de Mogi das Cruzes, e radicado em São José dos Campos, o Ten FEB Ferreira é filho do Sr. Luiz Mendes Ferreira e de dona Aurora Dias Ferreira, e teve sua convocação confirmada no dia 3 de dezembro de 1942 como reservista do Tiro de Guerra 545 (hoje 02-037), quando trabalhava na Tecelagem Paraíba S.A. e era solteiro.
Incorporado inicialmente na CPP2 (Companhia de Metralhadora), foi para a 6° Companhia do II batalhão do 6° Regimento de Infantaria, comandada pelo Cap. Frederico Carlos Faria Nobre, enquanto que a CPP2 teve como comandante o Cap. Proença Gomes. Seu número na FEB foi, inicialmente 3025 e depois 1334.
Embarcou no 1° Escalão no dia 02 de julho de 1944, desembarcando em Nápoles, depois de 16 dias. Após permanência em Bagnoli, Tarquinia e Vada, esteve em San Martino in Fredana (depois de Pisa). O fato mais interessante desse período que muito apreciou, foi a organização e pontualidade americana e o bom tratamento que os comandos e os soldados norte-americanos dispensavam aos brasileiros.
Seu batismo de fogo ocorreu nas proximidades da cidade de Fiano, no Vale do Sercchio, combate em que morreu o soldado Atílio Pífio, de São Paulo – Capital seu amigo.
Depois tomou parte na defensiva no front da Torre Di Nerone, onde o maior perigo eram os franco-atiradores alemães e também o frio, que chegava a 18 graus negativos. Terminando o inverno tomou parte na Ofensiva da Primavera, inclusive Fornovo di Taro, onde travou-se o último combate na Itália, quando 15.000 alemães se renderam às tropas do 6° Regimento de Infantaria.
Seu melhor comandante foi o Cap. Canguçu, lá na frente de combate, cujo nome completo não se lembra mais. Esse capitão foi ferido em combate, sendo substituído pelo Tenente Abaitaguara, que assumiu o comando interino da 6ª Companhia.
Disse que achou os italianos muitos hospitaleiros e que dos companheiros de guerra guardava gratas recordações pela união que sempre houve entre todos. Dos companheiros mortos, o que mais o impressionou foi o soldado Ademar Fernando Ferrugem, morto por um franco atirador, no front da Torre di Nerone, no justo momento em que lhe fornecia a hora certa, 18,30 horas, que o mesmo solicitara.
Sobre os soldados alemães, disse que eram muito valentes, quando em grupo, o que não ocorria quanto estavam sozinhos. Disse que a FEB trouxe para o Brasil bons resultados políticos e econômicos e que gostou das festas de recepção, no Rio, São Paulo e São José dos Campos.