GERAL

Comandante Niltinho: O Vacilão!!!

Esta história fala do vacilo de um amigo, que quase causou a separação de um casal que estava entrando no sexto ano de vida conjugal.

Um vacilo como este, na vida de um casal, transforma-se em um desastre irreparável, mas que pode, também, servir para o esclarecimento de eventuais pendências não resolvidas, que ajudam a superação e o retorno à normalidade de relações estremecidas.

As coisas do amor são bastante complicadas pois a cada hora obedecem um ritual, ora de um lado ora de outro, de sorte que fica difícil, até mesmo se prever o final desta história, mas o fato é que, pela graça do ocorrido, entusiasmei-me e resolvi contá-la, mesmo correndo o risco de ser obrigado a eventuais correções posteriores.

Meu amigo (não posso revelar seu nome, pois corro sérios riscos), vinha tendo uma certa dificuldade no seu relacionamento, que ele dizia ser consequência de problemas vivenciados por sua esposa, na infância e adolescência, que estavam agora, impedindo que ela desfrutasse de uma vida normal, fato que estava provocando problemas decorrentes que acabavam por prejudica-lo.

Ele amava a esposa e não queria separar-se, mesmo sabendo que, sem ajuda especializada de um psiquiatra, ela não conseguiria libertar-se dos fantasmas que a acompanhavam e, por isto,  tentou em diversas ocasiões, convencê-la a procurar apoio médico, que a ajudaria a superar o problema. Mas quem disse que teve sucesso? Quando a gente indica um psiquiatra para alguém, vem logo a indignação:

·         Você acha que estou louco?

Muitas vezes ouvi isto! Aconteceu com meu filho adotivo Paulinho e parece que ele nunca me perdoou.

E assim a pessoa não se trata e ao situação só piora, acabando por surgirem atitudes absurdas e desnecessárias, como foi o caso do meu amigo, que construiu uma casa na cidade vizinha, onde foi morar, passando a vir, de tempos em tempos, visitar a esposa na casa em que ela morava. No fundo, não era isto exatamente, que ele queria, mas naquele momento, foi a única maneira encontrada pata tentar salvar seu casamento.

Que me desculpem as mulheres, mas ao homem, o celibato é uma das coisas mais difíceis, pois apesar de tentar, mas no fim ele acaba não resistindo, caindo na tentação e, junto dos companheiros, parte para a vida mundana, exatamente o que aconteceu com o meu amigo: bebidas, mulheres, e muita sacanagem!

Sua vidinha, longe da casa da esposa, ia de vento em popa, até que uma das mulheres (casada!) com quem ficava de vez em quando, veio procurá-lo, dizendo que estava grávida e que o filho era dele!

  • ·         Mas que história é essa Sandrinha?
  • ·         Pois é, com meu marido eu só transo com camisinha, uai! O filho é seu e eu já disse ao meu marido que estou grávida!
  • ·         Ficou doida, não Sandrinha? E agora? Ele me conhece. é meu amigo!
  • ·         Te acalme, pois eu disse a ele, que a mulher que usa a toalha do marido corre o risco de ficar grávida e eu, vez ou outra, uso a sua toalha! E parece que ele está engolindo!

Estão pensando que esta história foi demais? Puro enganados pois o destino estava preparando uma muito pior, que iria deixar meu amigo na lona.

Da última vez que ele esteve na casa de sua esposa, havia usado o computador dela, utilizando uma rede social, esquecendo-se de apagar os vestígios de suas mensagens ali publicadas. Logo depois dele ter ido embora, a esposa foi utilizar o computador e descobriu todos os rastros da sua vida mundana dele, e foi aí que a casa caiu!

Passados alguns dias, ele voltou para visita-la e a encontrou, como uma cascavel, na porta da casa, pronta para dar o bote e acabar com tudo! Neste momento, nem mesmo um exímio advogado poderia ajuda-lo, pois não podia contestar nada, não cabia nenhum recurso! As malas já estavam na varanda e o jeito era sair,  desocupar o barraco, como diz o ditado, e ir embora! Mas para onde? Numa hora dessas, você pensa mil e uma coisas e na verdade, o que precisa é de um amigo! Mas qual deles? O que vai te compreender e ajudar pois estas coisas não acontecem a toda hora.

Felizmente ele lembrou-se de mim. Pensou que, na certa, o Niltinho é outro fodido e pode me ajudar! Veio parar na minha casa de mala e cuia, como dizem. Arrumei-lhe um quarto e fomos conversar!

O engraçado é que não se sabe o que falar nestes momentos, mas ele foi se acalmando, tentando contar o acontecido, quando notei que nem tudo ele culpa dele, afinal tinha lutado para que ela procurasse ajuda médica, eis que, com certeza, seus problemas vinham da infância e adolescência, época em que não havia a preocupação, como hoje, de fornecer todo o apoio psicológico para as crianças, evitando que situações traumáticas possam interferir e comprometer sua vida adulta.

Compreendi, neste momento, que deveria tentar ajuda-lo com minhas experiências passadas afinal, tive duas esposas com as quais convivi por muitos anos, procurando demonstrar para ele, estar ali estava a grande oportunidade de sua esposa entender da necessidade de procurar ajuda médica.

Isto é, se realmente ela gostasse dele, e não quisesse perdê-lo, afinal, ela também tinha uma parcela de culpa, que dificilmente admitiria. E isto dificultaria o perdão ao meu amigo, por suas estrepolias. Se meu amigo conseguisse colocar isto na cabeça dela, além do perdão ele conseguiria leva-la ao médico, com boas chances de resolver suas vidas.

Foi aí, então, que meu amigo bolou o mais perfeito plano para reconquistar a esposa, dando tempo ao tempo, empreendendo uma verdadeira conquista, como a da Galia  pelo romano Julio Cezar,  situação que despertou em sua esposa, dúvidas e interrogações, na cabeça e no coração, que ela ia absorvendo devagarinho, contando sempre com meu amigo por perto, até que então, ele bolou umas visitas à casa dela, com a desculpa de ter esquecido algo e aí, conversa vai e vem, ele foi mostrando o interesse de voltar para casa, desde que  ela aceitasse suas ponderações.

Isto demorou mais de uma semana até que numa segunda feira ele disse:

  • ·      Nilton, amanhã vou pegar minhas coisas, colocar no meu carro e vou para casa dela! Se ela não me expulsar, você estará livre mim senão, volto!

Meus amigos, como torci pelo sucesso dele pois, as duas separações que tive, me causaram tanto mal, que até hoje sofro as consequências. Rezei por ele e passei a tarde toda aflito, não via a hora que a noite chegasse, para ter certeza que ele não viria. E não veio mesmo!

Com isto, hoje eu me sinto um bom cristão pois ajudei a salvar uma união que poderia ser desfeita, um verdadeiro caso de amor que poderia ser irremediavelmente comprometido por um vacilo. Do qual se salvou meu amigo que, por isto chamo atualmente de O VACILÃO.