CETESB: todas as praias de Ilhabela estão com poluídas !!!
Já ocorreram situações semelhantes nos verões de 2017 e 2018, segundo a Cetesb. A piora da balneabilidade está associada às chuvas intensas de novembro a final de janeiro, só no último sábado (26) e domingo (27), Ilhabela registrou cerca de 50 mm de chuva.
De acordo com o órgão estadual, os temporais carreiam para a praia as águas difusas [poluídas] com dejetos gerados pelo esgoto não coletado, a exemplo das áreas irregulares com lançamento de esgoto em cursos d’água, que aumentaram junto com o crescimento populacional da ilha, de 15 mil para 40 mil pessoas, nos últimos 15 anos.
Mesmo o esgoto coletado não recebe o tratamento indicado, consequência direta do saneamento deficiente do arquipélago. No balneário, os rejeitos passam apenas pela primeira de três fases de tratamento e retira somente os resíduos sólidos mais grosseiros, como fraldas e absorventes.
O restante recebe cloro e é jogado na água do mar por emissário submarino localizado a cerca de 800 metros da praia de Itaquanduba, no norte da ilha.
De acordo com a Prefeitura de Ilhabela, sob gestão de Márcio Tenório (MDB), faz 20 anos que as bandeiras vermelhas se multiplicam neste período e “não é justo atribuir a falta de atenção com o saneamento e o abastecimento ao aumento de turistas”.
A gestão municipal diz estar construindo novas Estações de Tratamento (ETE) de esgoto, e que aguarda o licenciamento da Cetesb para construção de uma adutora —tubulação que alimentará de água do norte ao sul do arquipélago.
Não é justo, no entanto, que a população, particularmente os turistas que tentam visitar a ilha, sejam responsabilizados pelos danos causados às praias e cobrados, pecuniariamente, até mesmo porque é o município que tem que se preparar para estas demandas fora do contexto, gerando ou buscando investimentos externos para que aconteça o adequado saneamento de toda a Ilha Bela, inclusive compatibilizado com as eventuais oscilações populacionais habituais de longa data.
As autoridades municipais só dão conta de levantar o assunto, e ainda livrando-se das responsabilidades, por ocasião de acontecimentos como estes, quando, invariavelmente, coloca a culpa no turista ou nos governos federal/estadual.