Carlinhos Almeida - Sabatina Meon (Pedro Ivo Prates/Meon)
Cláudio Melo, ex-responsável pela área de Relações Institucionais da Odebrecht, citou mais de 70 políticos em seu acordo de delação premiada na noite desta sexta-feira (9). Entre governistas e oposicionistas está o nome do atual prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida.

De acordo com o documento de delação, Carlinhos Almeida, ainda deputado em 2011, teria recebido o valor de 50 mil reais da empreiteira para ajudar em sua campanha de candidatura à prefeitura da cidade de São José dos Campos. Além disso, o político teria colaborado com a Odebrecht na alteração de pontos da MP 544/2011, que tratava da criação do Regime de Incentivo à Indústria e Defesa.

Os acertos financeiros delatados tinham como objetivo, estreitar relações e aprovar propostas de interesse da empresa no Congresso, como mudanças em medidas provisórias, de regime tributário e de concorrência.

Além de Carlinhos e o próprio presidente Michel Temer, Melo Filho citou ainda grandes nomes do PMDB e integrantes do planalto, como Romero Jucá, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Moreira Franco e Rodrigo Maia. A distribuição de verba teria alcançado membros de quase todos os partidos com representação no Congresso.

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Parte da delação de Cláudio Melo

Nota oficial de Carlinhos Almeida

Sempre fiz muita questão de atuar na vida pública com total transparência. Por isso tomo a liberdade de trazer esclarecimentos sobre um fato que já tratei publicamente no passado. Na campanha de 2012, contei com doações absolutamente legais, aprovadas pela Justiça Eleitoral, de empresas do setor de Defesa, como a Embraer, a Avibras e a Odebrecht Defesa e Tecnologia, então controladora da Mectron.

A relação com as empresas que fizeram doações em minhas campanhas sempre foi institucional e estritamente dentro do que determina a lei. A discussão da MP 544/2011, da qual tive a oportunidade de ser relator na Câmara dos Deputados, contou com a participação de instituições como a FIESP e a ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), resultando no fortalecimento da indústria nacional de defesa, estratégica para o país e fundamental para São José, onde gera milhares de empregos e impulsiona o desenvolvimento.

A discussão desta MP já estava concluída quando fui candidato a prefeito em 2012. De forma que fica claro não existir qualquer ligação obscura, ou condicionamento de minha atuação como deputado, e o apoio de empresas à campanha eleitoral.

Reforço: o único benefício resultante da MP 544/2011 foi o fortalecimento da indústria de defesa, com geração de empregos. Fica aqui o repúdio pelo envolvimento de meu nome em situações das quais nunca tomei parte.

Para que não reste qualquer dúvida quero deixar claro:

1. Nenhum fato relatado constituiu crime ou ato antiético

2. O próprio declarante deixou claro que o debate sobre a referida Medida Provisória teve a participação de diversos atores numa discussão institucional do setor e não de uma empresa específica

3. A contribuição de campanha foi solicitada de forma transparente depois da votação da MP já ter ocorrido e foi registrada na Justiça Eleitoral conforme manda a lei

4. A nossa atuação no setor de defesa ocorreu desde o início do mandato através da Comissão de Ciência e Tecnologia e da Frente Parlamentar da Defesa Nacional sempre de forma pública e transparente.

5. O trabalho em prol da indústria de defesa brasileira foi priorizado em nosso trabalho pela sua importância estratégica para o país, pelo impulso que ela representa na economia de base tecnológica e porque é um setor fundamental da economia de São José dos Campos, garantindo empregos e desenvolvimento para a cidade e região.