Ary Guilherme Leber: o homem das máquinas e motores!!!
Ary Guilherme Leber, 69 anos, paulistano de nascença e caçapavense de coração e moradia, iniciou a carreira trabalhando com carros de corrida, de 1965 a 1969, em sociedade com Ricardo Divila (que posteriormente projetou o primeiro F1 brasileiro), no projeto de vários veículos como o do Snob’s, no Fórmula V, no Volkswagen de dois motores (também conhecido como Fittipaldi-3200 ou a “cadeira elétrica”) e no Fittipaldi F4 ou Fitti-Alfa.
Dos citados projetos, Ary considera o F4, o Fitti Alfa como, sem dúvida, o melhor, porém o mais marcante foi o Volks de 2 motores, que nasceu de um papo com o projetista Nelson Brizzi, com a intenção de se fazer um dragster, um carro de arrancada, mas que fizesse curvas como um carro de rua. O Wilsinho Fittipaldi gostou da ideia, e o carro saiu praticamente em um mês.
Envolvido em projetos de tal magnitude, conviveu com os melhores automobilistas do Brasil da época (Ricardo Divila, Wilson e Emerson Fittipaldi, Marivaldo Fernandes, José Carlos Pace, Nelson Brizzi, entre pilotos, chefes de equipe e mecânicos, dos quais se tornou amigo.
Ao final desta fase de sua vida, voltou-se para a educação, cursando Engenharia Mecânica na Escola de Engenharia de Taubaté, onde se formou em 1975, mesmo ano em que deu uma das reviravoltas em sua carreira profissional, indo trabalhar na Embraer em São José dos Campos, como Auxiliar de Engenheiro e posteriormente como engenheiro, oportunidade em que participou dos programas das aeronaves Bandeirante, Xavante, Xingu, Ipanema, Tucano, AMX e F5.
Teve maior atuação durante a criação do turbo propulsor EMBRAER-312 Tucano onde fez a coordenação da construção dos Protótipos e a ligação entre a parte da engenharia e a da produção, acompanhando o percurso do protótipo do Tucano até o seu voo inicial, deste que se tornou um dos aviões militares mais produzidos pela indústria aeronáutica brasileira, e uma das principais aeronaves de treinamento militar do mundo, com cockpit e controles equivalentes aos encontrados em jatos de combate.
Na época, acompanhou a trajetória da Embraer no mercado global com o Tucano, bem como o da sua utilização na Esquadrilha da Fumaça, e também dos modelos produzidos em outros países, como os Shorts Tucano, da Força Aérea Britânica, até sua evolução para o EMBRAER-314 Super Tucano.
A aeronave T-27 Tucano, da Força Aérea Brasileira (FAB), completou, em setembro de 2018, 35 anos de serviço e ganhou o documentário “Tucano 35” (acima), que conta a história da aeronave, seu histórico e depoimentos de pessoas que tiveram relação com ele, como o criador e primeiro presidente da Embraer Ozires Silva e o engenheiro-chefe dos projetistas, Ary Guilherme Leber, além de ex-pilotos da Esquadrilha da Fumaça, e cadetes que voam atualmente a aeronave durante as instruções na AFA.
Hoje, já aposentado, dedica-se à fotografia da natureza, especialmente fotos submarinas e ultimamente começou a fotografar tempestades, colaborando com o grupo “Photografia Meteorológica/Caçadores de Tempestades”, especializado no assunto.
O taiadaweb rende suas homenagens a este caçapavense de coração e moradia, que muito prestigia nossa comunidade, pela brilhante carreira ligada a projetos que marcaram a evolução do automobilismo de competição e das aeronaves de caça e treinamento militar no país!