Aerovale Caçapava: abandono e incertezas!!!
Obras totalmente paralisadas!
Em meados de 2013, a Associação Brasileira de Aviação Geral estimava que o setor crescia a um ritmo de 6% ao ano e que a infraestrutura estaria estrangulada em pouco tempo.
Com base nestas informações e também em seu planejamento empresarial, o Grupo Penido iniciou o projeto de um aeroporto em Caçapava, que se apresentava como alternativa para desafogar o tráfego aéreo da capital paulista com a promessa de investir R$ 250 milhões e iniciar as operações antes da Copa do Mundo de Futebol, em Julho de 2014.
Seu principal dirigente, Rogério Penido, recebeu no canteiro de obras, o então ministro da Aviação Civil Moreira Franco, políticos locais, a imprensa nacional, regional e local, além de nomes importantes do setor aéreo, como o fundador da Embraer, Ozires Silva, para a cerimônia de concessão de outorga para explorar o aeroporto, e demais instalações.
De lá para cá, o número de pousos e decolagens da aviação executiva caiu mais de 20% nos aeroportos da Infraero, a obra foi paralisada por dois anos em razão de questões ambientais resolvidos satisfatóriamente mas, em 2015, a construtora entrou em recuperação judicial, deixando no local, galpões, máquinas abandonadas e a pista, ainda inacabada e que agora, pela ação do tempo, deverá ser completamente reconstruída, com muita movimentação de terra no local.
O empreendimento, localizado em uma área de 2,5 milhões de metros quadrados, previa a construção de 117 hangares, 188 lotes industriais e comerciais, edifícios corporativos, dois hotéis, um centro de convenções, torres comerciais, outlet e quadras poliesportivas para locação, e estava sendo disponibilizado para grupos investidores, que ajudariam o Grupo Penido, na finalização e operação do projeto.
Penido alega ter investido R$ 170 milhões, vindos de capital próprio, além de ter conseguido também, um financiamento de R$ 30 milhões com a Desenvolve SP, a agência de fomento do Estado de São Paulo que, por conta da inadimplência do grupo, tomou parte da área do projeto, cedida como garantia, tentando vendê-la em leilão, sem sucesso.
O taiadaweb visitou o local no final de semana passado, ocasião em que foi constatado o completo abandono das obras, com erosão nas beiradas da pista, prédios e galpões danificados pela ação do tempo, muitas máquinas apodrecendo ao relento, mato alto, portões de entrada/saída trancados com cadeado e enferrujando, tudo isto sendo fiscalizado por apenas um empregado, que diz ser segurança.
Ao que consta, inclusive mediante contatos com moradores das proximidades, há muito tempo não se escuta barulho de máquinas ali trabalhando.