A morte do telegrama !!!
O telegrama deixa de existir na Índia, com a última mensagem sendo expedida hoje. Foi até poucos anos a mais eficiente e em muitos casos a única forma de comunicação no país, vencida agora pelos celulares e internet – ficou obsoleta e caiu em desuso, inviável economicamente. O úlitmo bastião de uso vinha sendo a convocação para o serviço militar.
Ele chegou à Índia em 1850, seis anos depois que Samuel Morse enviou a primeira mensagem, pelas mãos da Companhia Britânica das Indianas Orientais com a instalação de uma linha entre Calcutá e a Baía dos Diamantes.
Em três anos, cerca de 6.000 quilômetros de linhas telegráficas ligaram Calcutá, Peshawar, hoje no Paquistão, Mumbai, Chennai, Ooti e Bangalore, o que tornou este meio de comunicação em um instrumento básico dos colonizadores britânicos. Em 1985, quando o serviço ainda estava a pleno, foram enviados 60 milhões de telegramas na Índia, de 45 mil agências que hoje diminuíram para 75 estabelecimentos.
No Brasil ele chegou em 1857, com a instalação da primeira linha telegráfica, entre a praia da Saúde na cidade do Rio de Janeiro e a cidade de Petrópolis, linha com extensão de 50 quilómetros, sendo 15 delesw em cabo submarino no leito da baía da Guanabara.
A primeira ligação brasileira internacional de telegrama por cabo submarino foi iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, em 1872. Ele ganhou o direito, por 20 anos, de lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia elétrica entre o Brasil e a Europa.
No ano seguinte ligou Rio de Janeiro a Belém do Pará, Recife e Salvador, na presença do Imperador Pedro II do Brasil que assistiu à chegada do cabo e à finalização da ligação em uma construção erguida para esse fim no final da praia de Copacabana. E neste ano, por essas, o então Barão de Mauá ganhou o título de Visconde de Mauá.
O telegama ainda funciona no Brasil mas em franco desuso, especialmente depois que deixou de ser passado por telefone, com a cobrança na conta e sempre feita por palavra. Daí a dita linguagem telegráfica, sem artigos, preposições, etc, como "chego 25 tarde" em vez de eu chego no dia 25 à tarde.
Ele sempre foi transmitido por código Morse, formando as letras em toques breves e longos, o "a" um toque breve e um longo, o "b"' um longo e três breves e assim por diante, como na tabela abaixo.
Todo piloto da aviação militar e marinheiros conheciam o código. Ficou famosa e correu o mundo a imagem de um piloto americano abatido na guerra do Vietnã e apresentado prisioneiro em filme vitcong criticando os EUA – enquanto falava o que lhe mandaram, piscava os olhos em código morse formando a palavra t-o-r-t-u-r-a, avisando que o fazia obrigado.
O termo telegrama migrou também para outros tipos de transmissão de informações, apartados da linguagem Morse. No jornalismo há quem ainda use telegrama no lugar de despacho das agências noticiosas. Na linguagem diplomática também é usado até hoje para correspondência, fala-se atualmente em desvio de telegramas secretos no caso dos arquivos vazados pelo soldado e pelo agente americanos. Não foram, certamente, transmitidos por telégrafo.
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