A mansão mais cara de Brasília é do governador afastado Ibaneis Rocha
O imóvel acima, engana a avaliação de qualquer pessoa ao mostrar uma construção imponente, dentro de terreno do tamanho de um quarteirão normal, comn sólidas construções e acomodações para mais de 50 pessoas, um conjunto poliesportivo com quadra e piscina de grandes dimensões, além de garagens e áreas de serviços e muito verde por toda a área, sinalizando ser um clube ou grêmio esportivo de alguma entidade de grande porte.
Trata-se, no entanto, da casa do governador afastado Ibaneis Rocha, que fica na QI 5 do Lago Sul – área nobre da capital federal. O valor da compra ficou em R$ 23 milhões. Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Geraldo Nascimento, o valor é “inédito”. O montante representa um quarto do patrimônio de R$ 94,1 milhões declarado pelo político à Justiça Eleitoral.
A mansão tem 2 mil metros quadrados de área construída, em um terreno que é cinco vezes esse tamanho. Ela foi vendida totalmente mobiliada, contando com com seis suítes, lago artificial, adega climatizada com capacidade para 600 garrafas de vinho e piscina com azulejos de autoria do escultor Francisco Brennand.
Durante a campanha, Ibaneis Rocha (MDB) se destacou como o candidato mais rico na disputa pelo Palácio do Buriti. Detém também, outro recorde: o comprador da casa mais cara já vendida no Distrito Federal!
Só esta compra, no mínimo já seria como a emissão de um alerta às autoridades da Receita Federal, visto que, ao que consta, iniciou sua carreira de advogado no início dos anos 90, exercendo inclusive a presidencia da OAB-DF entre 2013 e 2015.
Em 2018, candidatou-se ao cargo de governador do Distrito Federal, alcançando 41,01% dos votos válidos (634 008 votos) no primeiro turno e derrotando no segundo turno o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB) com 69,79% dos votos válidos (1 042 574 votos). Foi reeleito em primeiro turno nas eleições de 2022. Rocha é o primeiro governador do Distrito Federal nascido na própria capital do país, embora radicado no Piauí.
No dia 9 de janeiro de 2023, após as Invasões na Praça dos Três Poderes por radicais bolsonaristas, Rocha foi afastado do cargo por 90 dias por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, por suposta omissão em coibir os ataques.
Filho do administrador Ibaneis Rocha Barros e dono de farmácia, já falecido, e da auxiliar de enfermagem Maria Mercedes, nascidos nas cidades de Riacho Frio e Ribeiro Gonçalves, no Piauí, Ibaneis Rocha nasceu no Hospital de Base do Distrito Federal, quando seus pais tiveram que passar um período em Brasília. Viveu sua infância no interior do Piauí, se fixando, aos 8 anos de idade, na cidade onde seus pais moravam, Corrente, no extremo sul do estado. Possui como irmão Renato Barros e Érica Barros.
Lá cursou o ensino médio no Colégio São José, tendo antes concluído o ensino fundamental no Colégio Irmãs Mercedárias (Colégio das Irmãs), também naquela cidade. Durante a juventude, Ibaneis Rocha trabalhou como feirante, empacotador e comerciante. Casou-se com uma moradora de Corrente, a advogada Luzineide Getro de Carvalho, filha de Anderson Lobato de Carvalho, Vice-Prefeito de Corrente entre 1989 e 1993 e com ela teve seu filho Mateus. Em casamento anterior, com a contadora Luzineide de Carvalho, teve outros dois filhos: Caio e João Pedro. Ibaneis Rocha e Luzineide Getro também tinham ascendentes como parentes. Anderson Lobato era primo de Salustiano Lobato Rocha e da avó de Ibaneis Rocha.
Retornando a Brasília para os estudos, Ibaneis se graduou em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), depois de morar de favor por muito tempo na casa de sua tia Nelci, em Sobradinho, DF. Depois, pela Universidade Mackenzie de São Paulo, fez pós-graduação em Direito processual do trabalho e Direito processual civil. Em 1990, abriu seu próprio escritório de advocacia na Capital da República, onde trabalhou como advogado em várias categorias do serviço público durante boa parte de sua vida.
Em razão da dedicação à profissão, entre os anos de 2008 e 2009, Ibaneis Rocha foi vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), entre 2007 e 2010, ocupou o cargo de Secretário-Geral da Comissão Nacional de Prerrogativas do Conselho Federal da OAB, entre 2013 e 2015, presidiu a seccional da OAB no Distrito Federal, enfrentando, nessa eleição, uma chapa formada por uma família tradicional no ramo de Direito, e, em 2016, assumiu como diretor do conselho federal e corregedor-geral da entidade para um mandato de três anos.
Nos parece muito pouco tempo de faturamento, entre o início dos anos 90 para o mês de Maio de 2021, quando comprou a mansão. Mas isto é tarefa para os senhores administradores da Receita Federal, não só para o caso de Ibaneis Rocha quando para os demais políticos que atualmente posam de “defensores da pátria, verdadeiros lobos em pele de cordeiro”!