O Arruda é danado de esperto!!!
O lero-lero esconde um cálculo político: recorrendo, Arruda correria o risco de ter restituído o cargo de governador que o TRE lhe retirou. De volta ao cargo, recolocaria nos trilhos o processo de impeachment que corre contra ele na Câmara Legislativa do DF. Exaustos da solidariedade panetônica que os unia a Arruda, os deputados distritais passariam o mandato do governador na lâmina. Cassado pelo Legislativo, Arruda perderia os direitos políticos. Ficaria inelegível por arrastados oito anos.
Mantida a cassação do TRE, Arruda fica sem o cargo. Mas mantém intactos os direitos políticos. Sem partido e desmoralizado, não pode ir às urnas de 2010. Porém…, pode candidatar-se já no pleito de 2014. Assim, melhor perder os anéis por decisão do TRE do que sujeitar-se a ter os dedos cortados pelo impeachment da Câmara.
No mais, mesmo sem mandato, Arruda não corre o risco ver o processo do panetonegate migrar do STJ para a mesa de um juiz de primeira instância. Arruda perdeu o direito ao foro privilegiado. Mas há nos autos um acusado que dispõem do privilégio: Domingos Lamoglia.
Conselheiro do Tribunal de Contas do DF, Lamoglia só pode ser julgado pelo STJ. Assim, o processo não pode descer para as instâncias inferiores do Judiciário. Por último, Arruda pode alegar no STJ que, sem poder, já não precisa conservar a condição de hóspede do ‘PF’s Inn’. Acha que abriu uma trilha que pode levá-lo ao meio-fio.
Há no STJ um pedido de relaxamento da prisão de Arruda. A Procuradoria da República posicionou-se contra., cuja decisão, encontra-se nas mãos do ministro Fernando Gonçalves, relator do processo e signatário do despacho que mandou Arruda para a cadeia.
Na carta aos advogados, Arruda posa de magnânimo: “Acatando a decisão do TRE, responderei aos processos como cidadão comum, longe das paixões e dos interesses políticos. Saio da vida pública”.
Em verdade, não sai. Foi arrancado. Enaltece a própria obra: “Espero, apenas, que, meus sucessores não deixem que as obras sejam interrompidas, todas já com recursos assegurados e na sua fase final”.
É como reivindicasse para si uma máxima comum na política brasileira, o “rouba, mas faz”.
Arruda declara-se grato à sua “equipe de governo”. Mais: “Sou grato, também, a Sua Exa o senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e ao seu governo, sem cujo apoio não teríamos feito tudo que fizemos”.
– Em tempo: Pressionando aqui, você verá à íntegra da carta de Arruda. Somente para quem tem estômago!
Não sei qual a brincadeira, mas o Arruda era cotado para ser VICE DO SERRA! e não da Dilma…
É, ele estava sendo cotado para ser vice da Dilma. Cadeia neles!