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Político não dá tiro no pé!!!

Vejam vocves, a aula abaixo,onde a politicalha ensina o que deve ser feito para que não sejam submetidos diretamente à opinião pública! É uma verdadeira aula!

A platéia, em sua ingenuidade jucunda, não imagina como os congressistas precisam das poses. No Congresso, cada frase ou gesto é uma pose.

No debate sobre o projeto da ficha limpa, as poses, por exageradas, tornaram-se um quadro plástico. A coisa se encontra, por ora, na Câmara. Se pudesse, a maioria dos deputados daria um golpe de gaveta e sairia de fininho.

O problema é que a proposta, de iniciativa popular, carrega consigo o peso de 1,6 milhão de assinaturas. Impedidos de fingir que a encrenca não existe, os parlamentares simulam interesse.

Na versão original, o texto era draconiano. Previa que, condenado em primeira instância, o sujeito ficaria proibido de ir às urnas. Formou-se uma comissão especial. Discute daqui, articula dali, atenuou-se a matéria. Só ficariam impedidos de disputar mandatos os políticos condenados em julgamentos colegiados.

Na prática, a decisão migrou da primeira para a segunda instância do Judiciário. Alegou-se que os juízes, em suas decisões monocráticas, poderiam submeter os candidatos a “perseguição política”.

Pois bem, ao chegar no plenário da Câmara, o projeto foi submetido a uma meia-volta. Decidiu-se não decidir. Por pressão das legendas que integram o consórcio governista, a proposta desceu à Comissão de Justiça, para receber emendas.

A comissão deveria ter deliberado sobre a matéria nesta terça (20). Deu-se, porém, um novo golpe de barriga. Adiou-se a votação para quarta (28) da semana que vem. De antemão, um aviso: o projeto será, de novo, atenuado.

Abriu-se uma nova janela para os malfeitores. Foi condenado por um juiz? Pode se candidatar. A condenação foi ratificada no segundo grau? Também pode. Para se manter elegível, basta que o candidato sujo recorra ao STJ, a terceira instância do Judiciário. O recurso terá efeito suspensivo.
Significa dizer que, uma vez aceito pelo tribunal, o sujo fica limpo até o julgamento final do processo.

Ah, sim, outra coisa: O presidente da Comissão de Justiça, Eliseu Padilha (PMDB-RS), avisou que, se aprovada, a novidade não será aplicada na eleição desse ano, ou seja, em 2010, o bloco dos sujos vai à avenida livre de constrangimentos. “Não podemos ter a ilusão. Isso não terá a vigência neste ano”, disse Padilha.