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Tatuagem para diabetes

Cientistas testam “tinta” que, colocada debaixo da pele, indica níveis de açúcar no sangue dos pacientes

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Um dos maiores obstáculos ao controle da diabetes é fazer o paciente monitorar os níveis de glicose no sangue. A doença caracteriza-se pelo excesso da substância na corrente sanguínea, condição que pode levar a consequências como a cegueira. É por essa razão que os diabéticos devem medir a concentração de açúcar para evitar que ela atinja níveis ameaçadores. O problema é que essa medição é feita a partir de amostras de sangue, pequenas, é verdade, mas que submetem os doentes a uma desconfortável rotina de picadas com agulhas.
Algumas opções estão surgindo para acabar com o problema. A mais interessante é uma espécie de tatuagem, criada no Massachusetts Institute of Technology, nos EUA. Os cientistas desenvolveram partículas que, aplicadas debaixo da pele, apontam os níveis de glicose, depois registrados por um sensor que deve ser colocado sobre a pele (leia mais no quadro ao lado). O objetivo é que essa “tatuagem” permaneça no local pelo menos por seis meses, período no qual o paciente pode se esquecer das picadas diárias. “É possível ainda acompanhar as oscilações durante o dia, como após as refeições”, disse Michael Strano, um dos participantes do trabalho. Os pesquisadores planejam iniciar em breve os testes em animais.

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MEDIÇÃO
O Paradigma transmite dados sobre glicose

No mesmo instituto, outro grupo examina o poder de um equipamento que revela as taxas de glicose a partir da leitura de vibrações emitidas pelas moléculas. Os dados são registrados com o uso de uma espécie de scanner que pode ser passado sobre o braço ou o dedo do paciente. A equipe está se preparando para iniciar ainda este ano os testes em seres humanos.

Na Universidade da Califórnia, a alternativa em desenvolvimento é um sensor implantado sob a pele. Além de identificar os níveis de açúcar, ele envia as informações a um aparelho que pode ficar na clínica do médico ou na casa do doente. Já existem em experiência instrumentos semelhantes. Porém, depois de um certo tempo, eles são envolvidos pelos tecidos do corpo, como se fossem encapsulados. Quando isso ocorre, perdem sua capacidade de aferição.

O sensor, ao contrário, permaneceu debaixo da pele das cobaias por 520 dias, sem sofrer esse processo. “Além disso, ele indica quando o paciente está próximo de entrar em hipoglicemia”, disse à ISTOÉ David Gough, um dos criadores do aparelho. Isso é importante. A baixa acentuada de açúcar traz riscos como a perda de consciência.

No Brasil, os pacientes têm à disposição um sistema que libera a insulina (hormônio que retira o excesso de glicose do sangue) e faz o monitoramento contínuo das taxas da substância a cada cinco minutos. Chamado de Paradigm Real-Time, o aparelho permite o envio das informações ao médico e também possibilita ao paciente acompanhar as oscilações da glicose em diferentes circunstâncias, como após as refeições ou os exercícios físicos.

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Fonte: RIÉ