No Rio, vice de Cabral ‘desapropria’ casa da cunhada
Como definir o favorecimento público? Simples: é todo favor que o dinheiro –do contribuinte— pode financiar. Deve-se ao repórter Nelito Fernandes a revelação de um caso exemplar. Envolve o vice-governador do Rio, Luiz Fernando de Souza.
Pezão, como é conhecido, acomodou a assinatura num decreto que favoreceu a família de sua mulher. Deu-se em 29 de janeiro de 2010. Nesse dia, Pezão respondia interinamente pelo governo. Sérgio Cabral, o titular, estava em Londres.
O decreto que recebeu o jamegão de Pezão converteu uma casa da cidade de Barra do Piraí em imóvel de utilidade pública. Pezão desapropriou a casa e autorizou o Estado a pagar aos proprietaries R$ 470 mil. Na mesma rua, imóvel semelhane foi vendido por R$ 300 mil.
Um detalhe injeta um quê de inusitado na transação. A casa pertencia à concunhada de Pezão. Chama-se Ana Maria de Carvalho Horta Jardim. É casada com Flavio Cautieiro Horta, irmão da mulher de Pezão, Maria Lúcia Horta.
A coisa toda foi feita a toque de caixa, em seis meses. Alegou-se que seria instalada na casa uma sede da Procuradoria do Estado. Até hoje, nada.
Ouvido, Pezão serviu-se de um bordão conhecido: “Não sabia” que a casa era da concunhada.
Este Pezão decia mesmo é se chamar mãozão, né?