A hora da Xepa !!!
É fim de feira e xepa está por todo canto
a mulher-mãe sofridamente enche a sacola
Seu coração se estraçalha por saber por que faz isto
Mas sabe também que não tem alternativa
E por isto cumpre com melancolia seu papel
Continua pegando a xepa
Seus filhos estão esperançosos em casa
Pois sabem que logo a mãe chegará com alimentos
Chega, olha os filhos e se envergonha,
Embora disfarce
Põe a sacola sobre a mesa e diz:
“foi isso que a mamãe conseguiu comprar hoje,
Mas amanhã vou mais cedo e compro coisas melhores”.
Voltou à feira no dia seguinte,
Novamente colheu a xepa
voltou para a casa,
onde os filhos a esperavam com os alimentos
sentia imensa tristeza ter que cumprir esse ritual
mas sabia que este era o único meio de cumprir se papel de mulher-mãe.
Brasilino Alves de Oliveira Neto
é membro da Academia Caçapavense de Letras
Parabéns Brasilino pelo texto, emocionei-me e ao mesmo constato a realidade que vivemos, inclusive no Vale Industrial do Paraíba.
Parabéns Doutor Baiano pelo texto. Triste mas real.
Vejo isto e me entristeço, pois não nos é uma realidade distante, mas sim como vivem milhares de brasileiros, à margem dos desvios oficiais que são feitos e os sacrificíos e humilhações para se levar a vida.