Registros da demolição da Capela de São Roque em Caçapava, SP
A população católica de Caçapava assiste, ainda incrédula, aos golpes mortais do pesado maquinário demolidor, sobre a estrutura da Capela de São Roque, colocando ao chão uma história iniciada a mais de 100 anos, repleta de eventos prestados à sociedade, num primeiro momento, através de missas, casamentos e batizados, e posteriormente recebendo os capelães militares do 6º Regimento de Infantaria e suas respectivas cerimônias, foi também colocada à disposição da população como velório e, em sua última missão, recebeu os serviços de evangelização!
Esta demolição, ocorre num momento delicado para a cidade, que registrou, em apenas 30 dias, a demolição de dois prédios centenários ( a Capela de São Roque e a Caixa Dágua da Vila São João/Vila Militar), e que segui a linha dos demais administradores da cidade, que nunca se preocuparam em criar uma legislação com a capacidade de proteger os imóveis antigos, favorecendo a memória municipal, atualmente inexistente.
Em fevereiro, quando do desabamento parcial da Capela de São Roque, em decorrência das fortes chuvas que desabaram sobre o município, a primeira reação da prefeita Pétala Lacerda, foi fazer um comunicado oficial, registrando que a prefeitura nada tinha a ver com o citado imóvel.
Parece-nos um tanto precipitada a reação, eis que a prefeitura é, em primeira instância, a responsável pela fiscalização de todos os prédios do município, quanto aos cuidados relacionados à segurança e conservação, com vistas a evitar riscos aos munícipes. No caso da Capela de São Roque, não ocorreu a devida fiscalização, que poderia ter salvo o prédio.
Mas agora é tarde. O prédio está em situação lamentávelmente irrecuperável e a prefeitura, para tentar amenizar um pouco, a falta de atuação anterior, poderia perfeitamente conseguir junto à Mitra Diocesana, a doação de alguns itens que se encontravam na Capela, como por exemplo, portas, janelas, imagens, sino e outros, para se criar um memorial correspondente, com capacidade de mostrar às gerações futuras, a realidade católica de nossa época.
Espaço que, certamente, viria a minimizar as perdas da comunidade católica atual.