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Brasil fecha 2022 com inflação abaixo dos EUA e da Zona do Euro

 
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central | Foto: Marcos Corrêa/PR

Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, Jair Bolsonaro, ex-presidente da República,
e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central 

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação do Brasil em 2022 fechou menor que a dos Estados Unidos e da maior parte das nações da Zona do Euro, como a Alemanha. O feito é inédito, considerando o histórico do IBGE.

Nos EUA, a variação dos preços ficou em 6,5%. Na Zona do Euro, apenas a Espanha teve uma inflação menor que a brasileira em 2022. Ainda assim, a diferença entre espanhóis e brasileiros fechou com números próximos.

No caso do Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, fechou em 5,8%. Para a Espanha, a variação do custo de vida, ficou em 5,6% — quase um empate.

Já em países como Alemanha, por exemplo, a diferença foi equivalente a um salto. O custo de vida dos germânicos subiu 9,6% durante 2022. Ou seja: os 4,6 pontos percentuais extras geraram um aumento 65% maior que o brasileiro.

Outras nações europeias que também são conhecidas por sua solidez econômica ficaram com a inflação acima dos dois dígitos. Fato registrado em Áustria (10,5%), Bélgica (10,2%) e Holanda (11%).

Na Zona do Euro, a inflação para 2022 ficou com a média de 9,2%. As piores situações ficaram para Letônia (20,7%), Lituânia (20%) e Estônia (17,5%) — países que no passado fizeram parte da União Soviética, cuja nação mais influente era a Rússia.

No mundo, a inflação deste ano foi impulsionada pela invasão Russa à Ucrânia, que elevou o custo da energia — sobretudo a de origem em matérias-primas como gás natural, carvão e petróleo — e dos alimentos. Além disso, as cadeias globais de suprimento ainda se recuperam da desestruturação causada durante a pandemia por covid-19.

Os acertos para frear a inflação no Brasil

Em meio ao ambiente hostil, o governo brasileiro, sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro e a orientação do ex-ministro da economia Paulo Guedes, aplicou medidas para amenizar os efeitos. Entre elas, a redução dos impostos sobre o preço dos combustíveis.

O Banco Central (BC) do Brasil, que recebeu sua autonomia no mandato de Bolsonaro, também fez os ajustes necessários, conforme explicou Hugo Garbe, economista-chefe da G11 Finance e professor do curso de economia e finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Política monetária acertada

“Prevendo o incremento da inflação no pós pandemia, o Banco Central do Brasil começou a aumentar a taxa de juros muito antes que os EUA e os países da Europa”, comentou o economista. “Como resultado, o processo inflacionário brasileiro começou a ceder antes. Os norte-americanos começaram a subir os juros quase um ano depois e os europeus demoraram ainda mais.”

De acordo com Garbe, o o BC teve uma política monetária muito eficiente diante da crise. Contudo, ele avisa que é importante manter o mesmo rumo.

“Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, enviou uma carta aberta ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando o que foi feito e o que precisa acontecer para continuarmos nesse ritmo”, disse o economista. “O comprometimento fiscal e a responsabilidade nas contas públicas são fundamentais.”