Águas Quentes: o abandono do Onsen Thermas Taubaté
Em meados de 1972, quando do início das atividades da empresa Daruma Telecomunicações do Brasil S/A, residia, do outro lado da Via Dutra, bem em frente à fábrica, um jovem de origem nipônica que foi contratado pela empresa, para trabalhar na área de manutenção. Todos os dias, este jovem atravessa a Via Dutra, em várias ocasiões, com a finalidade de trabalhar e também no horário das refeições.
Apesar de, naquela época, ainda não existir trânsito pesado de veículos na citada via, os pais do jovem começaram a ficar preocupados com a possibilidade de ocorrência de algum acidente e procuraram uma maneira de vender a propriedade que ali tinham, para comprar outra em local mais seguro para o trânsito de seu filho.
Acabaram trocando a chácara que tinham, por outra, bem menor, mas do mesmo lado da Via Dutra que a fábrica onde o filho trabalhava e para lá se mudaram. Ao mandar cavar um poço para extrair água para consumo da chácara, perceberam com surpresa, a vinda de águas quentes. Espantados e sem saber o que fazer, o pai do jovem dirigiu-se à empresa Daruma, onde o filho trabalhava e contou aos diretores, o que havia ocorrido.
O fato despertou a atenção de um dos diretores da Daruma, que conseguiu recursos no Japão, para comprar a área e construir o complexo turístico Onsen Thermas Taubaté, que por muitos anos funcionou atraindo a atenção não só dos taubateanos, quanto também da população do Vale do Paraíba e de outras partes do Brasil, pela qualidade das águas, alcalinas e medicinais, com temperatura próxima dos 50 graus, que encantavam os frequentadores, principalmente os interessados em resolver problemas de saúde.
De fato, um gigantesco sucesso, frequentado por milhares de pessoas, em ambiente de ótima qualidade, boas piscinas e áreas de laser, ótimo salões de festas, tudo com boa qualidade, bem organizado e conduzido por profissionais especialmente contratos.
Funcionou bem até finais de 1985 quando, por problemas acionários, enfrentou séria crise societária e financeira, que minou os esforços de preservação da qualidade existente, aparecendo os primeiros sinais de decadência, com falta de qualidade nos serviços, materiais quebrados e inoperantes, móveis danificados, vidros quebrados etc. indo assim até meados 1998, quando finalmente fechou as portas, deixando imenso passivo trabalhista, além de dívidas junto à fornecedores e principalmente junto aos associados compradores de títulos societários.
A situação assim permanece até os dias de hoje, com prédios e instalações abandonados, mato alto para todos os lados perdendo, a cidade de Taubaté, a excelente chance e possibilidade de se transformar em polo turístico nacional, a exemplo de outras cidades envolvidas com as águas quentes (Caldas Novas, Olímpia, etc.).