MWL tem falência pedida por administradora judicial
A Brasil Trustee Administração Judicial entrou com pedido na 1ª Vara Civel de Caçapava, nessa terça-feira (19), para que o processo de recuperação judicial da fábrica MWL seja transformado em falência.
A administradora argumenta que a direção da MWL deixou de honrar suas obrigações essenciais e que em nenhum momento informou medidas concretas para a retomada das atividades.
A fábrica está parada desde maio, quando a empresa deixou de pagar os salários aos trabalhadores. Sem pagamento, os funcionários entraram em greve no dia 6 daquele mês.
No pedido de falência, a administradora judicial afirma que não enxerga qualquer possibilidade de levantamento da empresa, “a qual está com as atividades paralisadas, sem perspectiva de retomada”. A Brasil Trustee afirma que a MWL encontra-se em estágio pré-falimentar.
Embora acumule dívidas, a empresa tem capital a receber, no valor de R$ 4,4 milhões referentes a pedidos já entregues.
Descumprimentos judiciais
A MWL coleciona desrespeito ao Judiciário. No dia 13 de julho, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região considerou a greve legítima e determinou pagamento dos salários, reintegração dos demitidos e estabilidade de 90 dias para todos os operários. Porém, a empresa não cumpriu o que foi determinado.
No dia 30 de agosto, os metalúrgicos iniciaram a ocupação das instalações da fábrica. Sem receber salários e com indícios de que os proprietários da empresa resolveram abandoná-los à própria sorte, os trabalhadores permanecem nas dependências da MWL por tempo indeterminado, em esquema de revezamento.
A MWL também acumula dívidas de aluguel com a Mafersa, proprietária do imóvel onde funciona a fábrica. A Justiça chegou a bloquear R$ 1.647.289,81 da MWL a pedido da locadora. Posteriormente, determinou o desbloqueio para que os recursos fossem usados no pagamento dos salários e outras despesas consideradas essenciais, como energia elétrica. A verba ainda não foi repassada aos trabalhadores.
No pedido de falência, a Brasil Trustee argumenta que houve “flagrante abandono” da fábrica pelos proprietários.
“Os trabalhadores continuam na luta pelos empregos e pela manutenção da unidade em Caçapava. Seria um desastre a falência da MWL, que levaria ao fechamento de postos de trabalho na principal fábrica de rodas e eixos da América do Sul. Numa eventual falência, o Sindicato vai dar todo auxílio para que os trabalhadores recebam seus direitos, uma vez que a maioria deles tem mais de dez anos de fábrica”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.
Fonte: SindiMetal