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Pará: fechamento da Mina Onça Puma bloqueia rodovia há 20 horas!!!

 

Já passam das 20 horas de manifestação, realizada por empresários e moradores, na PA-279, no município de Ourilândia do Norte, no sentido Água Azul do Norte, ambos no sudeste paraense. O protesto, com bloqueio da rodovia, começou às 5h desta quarta-feira (12) e, segundo os coordenadores, não tem dia para acabar.

A paralisação decorre de sentença do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que determinou a imediata paralisação das atividades da mineradora Onça Puma, da Vale, localizada no município de Ourilândia do Norte, no Pará. A decisão do desembargador federal Souza Prudente, da última sexta-feira (7), também estipula multa de R$ 200 mil por dia, podendo ainda ter a presença da Força Nacional, caso a ordem judicial seja descumprida. Souza Prudente é conhecido por decisões polêmicas na área ambiental, já tendo paralisado inclusive obras de hidroelétricas na Região Norte.

Mais de mil empresas estão ligadas direta e indiretamente à mineradora na região, sinalizando grande impacto econômico e social na receita da cidade.

De acordo com Zulene Santos, uma das coordenadoras da manifestação, a ordem é não liberar a via. “Não vamos arredar o pé daqui. Nosso protesto é legítimo e pacífico. A rodovia não será liberada, o ato continua, pois, queremos ser ouvidos pelo poder público e não estamos tendo a oportunidade de falar, de mostrar a nossa realidade diante desta determinação que fechou a Vale”, comenta.

Além disso, Zulene também questiona o fato da justiça ter escutado somente a Vale e os indígenas e, esquecido da população que realmente está sendo diretamente afetada com esta determinação de, além de paralisar o projeto Onça Puma, dessa vez, decidiu fechar de vez a Vale no município de Ourilândia.

 

“É uma situação muito triste e preocupante a que estamos vivenciando aqui em Ourilândia. O que estão fazendo com a nossa comunidade, é muito triste. Ninguém está, de fato, se preocupando com os mais de 40 mil habitantes de Ourilândia, com os mais de 40 mil habitantes de Tucumã e, os mais de 70 mil habitantes de São Félix do Xingu, que também estão sendo prejudicados com esta determinação. Quem parou para nos ouvir? Mais de 2 mil moradores ourilandenses desempregados, ou seja, mais de 2 mil famílias sem ter como sobreviver dignamente, por conta desta decisão, que só se preocupou com um lado e esqueceu a maioria”, ressalta bastante indignada.

A Vale, depois da devastação promovida em Mariana e Brumadinho, encontra-se agora, nos limites de registrar prejuízos financeiros incalculáveis, por conta das falhas de planejamento e operação de suas minas e usinas de processamento. Depois de anos de expressivo faturamento e fiscalização frouxa, encontra-se agora, às voltas com processos indenizatórios que certamente arranharão a lucratividade e a imagem institucional da empresa

A Mineração e Usina Onça Puma é uma subsidiária da Vale, localizada na cidade paraense de Ourilândia do Norte, sendo considerado o maior produtor de níquel do mundo. A sentença do TRF1, decorre do surgimento de problemas ambientais junto às comunidades indígenas xikrin e kayapó, que se encontram no entorno das instalações da empresa.