Homenagem: 50 anos Post Mortem do 3º Sgt EB Mário Kozel Filho!!!
O Atentado
Em 26 de junho de 1968, 50 anos atrás, às 4 horas e 45 minutos da manhã, um veículo aproximou-se da entrada do aquartelamento e foi lançado em direção ao Quartel-General. Mesmo com o motorista o tendo abandonado, o veículo avançou, desgovernado, ultrapassando os limites do portão da guarda do quartel, capotou e bateu contra a parede do edifício.
Os sentinelas deram o alarme, buscando reagir à ameaça. Um dos soldados, acreditando que havia alguém ferido dentro do veículo, aproximou-se, momento em que foi atingido por uma forte explosão, que destruiu parte do prédio, atingindo, também, aqueles que se encontravam nas imediações.
Tratava-se de um atentado. O veículo estava carregado de explosivos. Cinco soldados da guarda foram atingidos, dos quais um foi ferido mortalmente: o Soldado nº 1803, Mário Kozel Filho, do então 4° Regimento de Infantaria, hoje 4° Batalhão de Infantaria Leve.
Pouco mais de seis meses antes, o Soldado Kozel fora incorporado às fileiras do Exército Brasileiro. Após seu falecimento e, devido às circunstâncias de seu assassinato, foi promovido à graduação de Terceiro-Sargento.
Homenagem do Comandante do Exército para o Eterno Herói, o Soldado Kozel Filho
Este é um encontro de soldados. Um encontro para reverenciar uma vida interrompida, em circunstância brutal, na fase mais rica da sua juventude.
A morte do Soldado Mário Kozel Filho, em 1968, foi consequência do ambiente da guerra fria que se refletia no mundo e penetrava no Brasil. Um período de entusiasmos artificializados, de intolerâncias incitadas e de paixões extremadas que faziam os brasileiros míopes para a realidade civilizada. Foi um tempo que nos dividiu, que fragmentou a sociedade e nos tornou conflitivos.
A fratura da sociedade é uma experiência para ser lembrada. Nos deixou ensinamentos que não podem ser esquecidos ou negligenciados.
Aquele incidente com o Soldado Kozel, vítima inocente do terrorismo, nos obriga a exercitar o maior ativo humano – a capacidade de aprender.
Agora é um momento que nos aconselha, aos brasileiros e às instituições, a prudência nos ânimos, que pede sabedoria para iluminar o futuro e, principalmente, exige a união dos esforços para construí-lo.
O período que atravessamos clama pela interrupção dos fracionamentos induzidos pelas políticas identitárias trazidas no bojo das ideologias contemporâneas, faz necessário que as instituições cumpram os papéis que lhes são destinados e impõe a submissão das querelas pessoais e institucionais aos interesses da nação, de forma a colocar o Brasil acima de tudo.
Este é o legado do soldado Kozel.
Fonte: CMSE