O uso inadequado do acervo Roberto Lee !!!
Passadas mais de 48 horas do encerramento da exposição do acervo Roberto Lee, no Centro Cultural de Caçapava, resta-nos indagar se o evento, que torrou alguns milhares de reais dos cofres públicos, de fato valeu a pena.
Pelo baixíssimo volume de fotos e postagens nas redes sociais, a constatação é de que o evento foi um fracasso de público eis que os “comunicadores” da Prefeitura de Caçapava, só publicaram fotos suas, junto com o prefeito, ao lado dos “artistas” contratados ou então ao lado de uma ou outra personalidade conhecida da região ali presente. Muita promoção pessoal do atual secretário de Cultura, que fez pose junto à personalidades visitantes.
No primeiro dia do evento, o comparecimento foi lamentável, limitando-se ao pessoal da equipe pessoal do prefeito Fernando Diniz (foto), além de uma meia dúzia de gatos pingados.
Pesou também ainda, o fato de que os verdadeiros conhecedores e admiradores dos automóveis antigos da região, perceberam, de longa data, a falta de compromisso do organizador do evento, para com a cidade e principalmente para com os veículos do acervo Roberto Lee, utilizando-os tão somente para sua ascensão pessoal, com vistas a objetivos políticos, alheios ao interesse de Caçapava. Preferiram não comparecer, sinalizando claramente, não compactuarem com a desnecessária politização do evento, em prejuízo da população e dos admiradores dos automóveis antigos.
Ademais, os próprios organizadores do evento, desconhecedores das nuances elementares do ramo, e por falta de assessoramento técnico, acabaram produzindo equívocos desnecessário quando, por exemplo, insistem em chamar o ACERVO de Museu, quando até os mais elementares admiradores dos autos antigos sabe que, para ser chamado de museu, o acervo tem que passar por etapas altamente especializadas, conduzidas por profissionais de formação superior (sem politicalha envolvida), os quais, seguindo normas, regulamentos e leis, organizam as peças legitimadas por buscas históricas perfeitas e não como hoje são apresentadas, com nomenclaturas e dados técnicos errados e pouco eficientes, além de tentativas de desnecessária valorização do acervo, impondo históricos irregulares a alguns veículos, sugerindo notoriedade inexistente.
Claro que a preparação do acervo e a execução deste evento, dos dias 24 e 25 de Novembro, teve um custo financeiro ainda não divulgado e isto, tem que ser exatamente questionado por nossos ilustres vereadores, eis que, ao sabor da plena crise política, econômica e financeira em que estamos navegando no momento, com nossa cidade literal e comprovadamente CAINDO AOS PEDAÇOS, com problemas na iluminação de rua, na coleta de lixo residencial, na varrição de ruas, nas centenas de buracos de rua não tapados, no mato crescendo nas ruas e calçadas, praças abandonadas, além dos seríssimos transtornos pelos quais passa a saúde local, inadmissível que a atual administração ouse gastar um único centavo, numa promoção cultural que não rende nada, a não ser inflar o ego e o histórico pessoal de alguns, à despeito de ter a ver com o acervo Roberto Lee.
Lamentável! Esperemos que os srs. vereadores possam cobrar do sr. prefeito, informações sobre o custo do evento.