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Participação do Brasil na Segunda Guerra não foi simbólica!!!

europa_battle_32O doutor em história pela USP Francisco César Ferraz diz, em seu livro “Os Brasileiros e a Segunda Guerra Mundial” (Jorge Zahar, 78 páginas) que, “em um balanço sobre a atuação da FEB (Força Expedicionária Brasileira) em combate, seu desempenho pode ser equiparado ao das melhores unidades aliadas envolvidas na frente italiana”.

César Ferraz acrescenta: “Pesquisas históricas sérias, com metodologias adequadas, e que tentam manter-se distantes de preconceitos, mostraram que, se a atuação brasileira não foi decisiva para a vitória dos Aliados na Itália — e jamais poderia ser a de qualquer divisão de exército isolada, em meio a outras 23 divisões no mesmo Teatro de Operações — tampouco sua importância foi nula. (…) É também um erro afirmar que a participação brasileira, com pouco mais de 25 mil homens, foi ‘simbólica’”

A Nossa Segunda Guerra: Os Brasileiros em Combate — 1942-1945” (Expressão e Cultura, 224páginas), do jornalista Ricardo Bonalume Neto, é uma obra séria e equilibrada. Trabalho de repórter com vocação para historiador. Não li, mas dizem que é bom: “Onde Estão Nossos Heróis? — Uma Breve História dos Brasileiros na Segunda Guerra”, de Cesar Campiani Maximiano.

tokO doutorado de César Ferraz não foi publicado, mas presumo que sua pesquisa seja rica: “A Guerra Que Não Acabou: A Reintegração Social dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, 1945-2000”. Ele a defendeu na USP, um centro de excelência acadêmica.

“O Brasil na II Grande Guerra” (Biblioteca do Exército), de Manoel Thomaz Castelo Branco, é, segundo Bonalume Neto, “utilíssimo para se acompanhar a campanha”. Outro livro elogiado pelo jornalista é “A Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial” (Capemi Editora), de Artur Oscar Saldanha da Gama. O historiador americano Frank McCann diz que “Depoimentos de Oficiais da Reserva Sobre a FEB” (de 1949) é “um dos livros mais úteis sobre a FEB”.

Boris Schnaiderman, o decano dos tradutores do russo no Brasil, lutou na guerra e escreveu o romance “Guerra em Surdina” (Cosacnaify, 246 páginas). Schnaiderman diz que o romance “Mina R”, de Roberto de Mello e Souza, é “bom, forte”. Joaquim Xavier da Silveira escreveu “Cruzes Brancas — O Diário de um Pracinha” (José Olympio, de 1947. Minha edição saiu pela José Álva18/07/2017 Acervo da Revista Bula http://acervo.revistabula.com/posts/livros/historiador-diz-que-participacao-do-brasil-na-segunda-guerra-nao-foi-simbolica 2/2  e “A FEB Por um Soldado” (Nova Fronteira, de 1989). O marechal Floriano de Lima Brayner deu sua versão em “A Verdade Sobre a FEB” (Civilização Brasileira, 1968). Um dos livros mais conhecidos é a “FEB Por Seu Comandante”, do marechal J. B. Mascarenhas de Moraes.

Crônicas da Guerra na Itália (Record), de Rubem Braga, não é trabalho de correspondente de guerra tradicional, e sim de escritor, de cronista atento à minudência que delicia e comove. Os jornalistas Joel Silveira, a Víbora, e Thassilo Mitke publicaram “A Luta dos Pracinhas” (Record). Joel Silveira escreveu “O Inverno na Guerra” (Objetiva, 176 páginas).

o Taiadaweb recomenda o livro de Cesar Campiani “Barbudos, sujos e fatigados” (Saraiva), que é o resultado do trabalho de mais de uma década. O autor fez centenas entrevistas com ex-combatentes da FEB – vários trechos destas entrevistas estão transcritos no livro -, analisou cartas e diários da época, visitou o teatro de operações do norte da Itália, além de realizar extensa pesquisa nos arquivos militares brasileiros, britânicos e americanos. O contato próximo com os veteranos possibilitou, também, o acesso a material fotográfico nunca antes utilizado (algumas fotos estão presentes no livro). O resultado é um minucioso e inédito retrato da campanha brasileira na Segunda Guerra Mundial. O historiador Cesar Campiani Maximiano nos mostra quem eram os soldados brasileiros, como foram treinados, como enfrentaram o duro dia a dia no combate, como extravasavam a tensão nos raros momentos de lazer, como interagiram com os aliados americanos e reagiram ao inimigo “tedesco” – enfim, o que os brasileiros o que encontraram na Europa. Nesta nova e rigorosa abordagem, Cesar demole a visões românticas, ufanistas e maledicentes que até hoje pautaram a maioria das interpretações sobre a guerra. Este livro dá voz ao combatente. Uma guerra vista dos olhos de quem esteve lá, na linha de frente.