CAÇAPAVA e região

6º BIL: Dia 24 de Maio – o Dia da Infantaria!!!

A infantaria é a arma mais antiga do Exército e geralmente dotada dos maiores efetivos, formada por soldados que podem combater em todos os tipos de terreno e sob quaisquer condições meteorológicas, podendo utilizar variados meios de transporte para serem levados à frente de combate. Sua principal missão é conquistar e manter o terreno, aproveitando a capacidade de progredir em pequenas frações, de difícil detecção e grande mobilidade. A infantaria contemporânea frequentemente emprega o princípio de fogo e movimento para atingir uma posição dominante em relação àquela do inimigo.

A infantaria moderna segue uma organização que divide as tropas de infantes agrupando-os em unidades chamadas de divisões, brigadas, batalhões, companhias e pelotões.

História

A infantaria com seus combatentes, os infantes, desde a antiguidade, sempre foram a principal força combativa de um exército. Uma notável exceção foram as sociedades nômades, como os hunos ou mongóis, que lutavam basicamente com soldados montados a cavalo.

A infantaria tradicional teve suas origens nos combatentes gregos e romanos, que lutavam em grupos compactos, armados de espadas e lanças e protegidos por couraças e elmos metálicos.

Uma forma especializada da infantaria é o fuzileiro naval, cujo transporte é feito pelas marinhas em navios de guerra especialmente preparados para o desembarque, além de contar com carros anfíbios que podem sair do mar diretamente para a terra em condições de combate.

Organização

A Infantaria é notável pela sua tradição em formações organizadas para serem empregues em combate. Estas têm vindo a ser desenvolvidas ao longo dos tempos, mas continuam a ser a peça chave no emprego da Infantaria. Até ao século XX as unidades de Infantaria eram, na maioria, empregues em formações cerradas até ao último momento. Estas eram necessárias para permitir aos comandantes manterem o controlo da unidade, especialmente durante a manobra, bem como para os oficias poderem manter a disciplina nas fileiras.

Com o desenvolvimento de armas com maior poder de fogo, foi necessário dispersar a Infantaria pelo terreno. Isto tornou as unidades menos vulneráveis às armas de fogo rápido e de maior poder explosivo. A partir da Primeira Guerra Mundial chegou-se à conclusão que a Infantaria seria empregue com mais sucesso aproveitando a sua capacidade para manobrar em terreno restrito e a sua capacidade de evitar a detecção, coisa impossível às outras armas. A descentralização de comando foi possível através do aperfeiçoamento do equipamento de comunicações e na maior focalização no treino de pequenas unidades.

Missões

A função mais importante da Infantaria tem sido como força primária de um exército. É a Infantaria que, em última análise, decide se o terreno foi tomado e é a sua presença que assegura o controle do território. Enquanto que as táticas de emprego foram mudadas, a missão básica da Infantaria não o foi.

Ataque é a operação mais básica da Infantaria e, juntamente com a defesa, forma uma das duas missões primárias da arma no campo de batalha. Tradicionalmente, num confronto em campo aberto, dois exércitos irão manobrar em direção ao contacto, no qual as suas tropas de infantaria e das outras armas irão opor-se. Então, uma ou duas irão avançar e tentar derrotar a força inimiga. O objetivo de um ataque mantém-se: avançar contra as posições ocupadas pelo inimigo, desalojá-lo e, então, estabelecer o controlo do objetivo. Os ataques são, muitas vezes, temidos pela Infantaria que os conduz em virtude do alto número de baixas sofridas durante o avanço sob o fogo inimigo. Os ataques com sucesso baseiam-se numa força suficiente, reconhecimento e bombardeamento de preparação e manutenção da coesão da unidade durante a sua execução.

Defesa é a operação natural de contra-ataque, na qual a missão é aguentar um objetivo e derrotar as forças inimigas que o procuram tomar. a postura defensiva oferece numerosas vantagens à Infantaria, incluindo a habilidade no aproveitamento e preparação do terreno, incluindo a construção de fortificações para reduzir a exposição ao fogo inimigo. Uma defesa eficiente baseia-se na minimização das baixas provocadas pelo fogo inimigo, quebra da coesão das forças inimigas antes da finalização do completo e prevenção da penetração inimiga nas posições defensivas.

Patrulha é a missão mais comum da Infantaria. Ataques em larga escala e esforços defensivos são muito ocasionais, mas as patrulhas são constantes. As patrulhas consistem em pequenos grupos de infantaria movendo-se através de zonas onde existe atividade inimiga com vista a descobrir o seu posicionamento e com vista a emboscar as próprias patrulhas inimigas. As patrulhas são usadas não só nas áreas avançadas, mas também na retaguarda, onde as infiltrações inimigas são possíveis.

Perseguição é a função que a Infantaria assume muitas vezes. O objetivo das operações de perseguição é a destruição das forças inimigas que já não são capazes de fazer frente às unidades amigas, antes que elas possam recuperar e reconstituir a sua força, tornando-se novamente eficientes. A Infantaria, tradicionalmente no passado, era a força principal para destruir as unidades inimigas nesta situação. No combate moderno a Infantaria é usada na perseguição de forças inimigas em terreno restrito, sobretudo em áreas urbanas, onde forças mais rápidas, como as blindadas, são incapazes de manobrar ou de evitarem ser emboscadas.

Escolta consiste na proteção de outras unidades contra emboscadas, particularmente da Infantaria inimiga. Esta é uma das mais importantes missões da Infantaria moderna, em particular quando opera junto com veículos blindados. Nesta sua capacidade, a Infantaria basicamente conduz patrulhas em movimento, batendo o terreno que possa ocultar forças inimigas à espera de emboscar blindados amigos e identificando posições inimigas que possam ser atacadas por unidades mais pesadas.

Manobra estas operações consumem a maioria do tempo de uma unidade de Infantaria. A Infantaria, tal como todas as unidades de combate, muitas vezes manobram no campo de batalha, sob ataque inimigo. A Infantaria tem que manter a coesão e a prontidão durante o movimento para assegurar a sua efetividade no momento em que atinge o objetivo. Tradicionalmente a Infantaria baseou-se nas próprias pernas para a mobilidade, mas atualmente utiliza veículos motorizados e blindados para se transportar.

As unidades da Infantaria do Exército Brasileiro distinguem-se por diferentes especialidades:

  • Selva
  • Montanha
  • Caatinga
  • Pantanal
  • Paraquedista
  • Leve
  • Motorizada
  • Mecanizada
  • Blindada
  • Guarda
  • Polícia do Exército
  • Aeromovel

A Infantaria da Aeronáutica, representada pelos Batalhões de Infantaria da Aeronáutica, segundo seu regulamento, tem como missão executar ações convencionais defensivas, ofensivas, e de proteção, a fim de contribuir para o cumprimento da missão constitucional da FAB, preservando equipamentos, instalações e pessoal de interesse da Força Aérea Brasileira.

A Infantaria do Corpo de Fuzileiros Navais (Marinha do Brasil) concretiza a tarefa sob poder Naval de projetar poder sobre terra.

Caçapava

O Regimento Ipiranga é uma das mais tradicionais Unidades de Infantaria que glorificam o Exército Brasileiro. Criado pelo Decreto n º 6.971, de 4 de junho de 1908, através da Ordem do Dia Ministerial do Marechal Hermes da Fonseca, n º 137, de 30 de novembro de 1908, transcrita na Ordem do Dia n º 25, de 22 de março de 1909, do General Belarmino de Mendonça, Inspetor da 5 ª Região Militar.

O 6 º Regimento de Infantaria foi instalado, em 22 de março de 1909, no quartel do Bairro Soledade, em Recife, capital do Estado de Pernambuco, sendo o primeiro comandante o Major Arthur Parente da Costa. Em Recife ficou sediado até 7 de maio de 1909.

De Recife o 6 º RI deslocou-se para a Capital Federal, no Rio de Janeiro, ficando adido ao 1 º RI, sob o comando do Capitão José da Costa Vilar, com efetivo de 18 Oficiais e 467 Praças. Na Capital permaneceu de 12 de maio a 5 de junho de 1909.

Da Capital Federal foi transferido para Curitiba, onde ocupou sede provisória do quartel à Praça Euphrasio Correia, tendo assumido o Comando da Unidade o Coronel Júlio Fernando Barbosa em substituição ao Comandante Interino Capitão José da Costa Vilar. Esta transferência para Curitiba ocorreu em 7 de junho de 1909.

Em 30 de agosto de 1910 0 6 º RI ocupou nova sede em Curitiba à Rua América, ficando subordinado à 2 ª Brigada Estratégica.

Em 1914, por ocasião da rebelião de fanáticos no Contestado, na região disputada pelos Estados do Para na e Santa Catarina, o 6 º RI exerceu o principal papel na repressão dos rebeldes, tendo tomado parte em inúmeros combates, chegando a perder três oficiais, vários sargentos e muitas praças.

Em 13 de julho de 1915 o 6 º RI foi desativado e os seus quadros transferidos para os 4 º e 5 º RI. De acordo com o Plano de Remodelação do Exército (Reforma do Ministro da Guerra General Caetano Faria), o 6 º RI foi reorganizado e em 11 de fevereiro de 1918, foi transferido para São Paulo, passando a ocupar provisoriamente o quartel à Alameda Ribeiro da Silva, n º 24, Campos Elíseos, tendo como Comandante Interino o Coronel Antonio Pereira Leitão da Silva.

Transferência para Caçapava

O Exército, por empenho e interesse do Prefeito Municipal e Presidente da Liga Municipal Patriótica Dr. José Pereira de Matos para instalar o 6 º RI em Caçapava, adquiriu pela importância de 120 contos de réis o antigo casarão da fábrica de Tecidos São José, da Companhia Industrial Ltda. (que funcionou até 1910).

A supervisão das obras de adaptação ficou a cargo do Serviço de Engenharia da 2 ª Região Militar. As obras foram empreitadas e executadas pelos senhores Boaventura da Silva Mineiro, Joaquim e o irmão José da Silva Mineiro, portugueses, radicados em Caçapava e excelentes construtores. As obras foram concluídas em 1919, no comando do Comandante da 2 ª Região Militar o General Luiz Barbedo.

O 6 º RI, às 16:00 horas do dia 13 de março de 1918 e procedente de São Paulo, desembarcou na estação férrea, onde foi recebido calorosamente pelas autoridades e o povo.

O Prefeito Municipal Dr. José Pereira de Matos saudou e apresentou as boas vindas à Unidade. O Coronel José Aniano Bezerra Cavalcanti foi o primeiro comandante do 6 º RI em Caçapava, tendo recebido o Comando do Coronel Antonio Pereira Leitão da Silva, Comandante Interino.

O 6 º RI foi desativado em 10 de julho de 1932 pelo Governo Vargas, em decorrência da Revolução de 1932, mas a Unidade sob o comando do Coronel Andrade, continuou lutando por São Paulo pela reconstitucionalização do país. Em 14 de novembro de 1932 o 6 º RI foi reorganizado e reativado sob o comando interino do Capitão Boanerges Marquesi.

CAMPANHAS MILITARES DO 6º RI

  • Guerra do Paraguai – O 14 º BC – 1865, do Ceará, um dos formadores do 18 º Batalhão do 6 º RI, participou da Guerra do Paraguai e tomou parte em numerosas batalhas.
  • Campanha do Contestado (1912-1915) que foi um movimento armado de jagunços e fanáticos em área litigiosa entre os Estados do Paraná e Santa Catarina que ameaçou a ordem interna do país.
  • Revolução Constitucionalista (9 de julho de 1932) – Teve um papel importante e destacado na Revolução de 1932, lutando por São Paulo pela reconstitucionalização do país.
  • Combate à Intentona ComunistaO comando do 6 º RI debelou foco comunista de alguns sargentos e praças, ligados à Intentona Comunista, que ameaçou a unidade. Os implicados, após inquérito policial militar, foram expulsos do Exército.
  • Campanha na Itália na 2 ª Guerra Mundial (1939-1945) – O 6 º RI, após intensos preparativos para a guerra, embarcou por ferrovia, no período de 9 a 19 de março de 1944, com destino ao Rio de Janeiro a fim de ficar em condições de partir para lutar na campanha da Europa. A Unidade integrou a 1 ª Divisão de Infantaria Expedicionária. Desembarcou, a 16 de julho de 1944, no porto de Nápoles, na Itália. O 6 º RI foi a primeira unidade brasileira a entrar em posição e cumprir missão de combate, em 15 de setembro de 1944, na região de Vecchiano. Prosseguiu para o norte da Itália em busca de contato com o inimigo. Após inúmeros combates, finalmente, o 6 º RI participou e apoiou o 1 º RI na brilhante vitória em Monte Castelo (21 de fevereiro de 1945). Abrindo as linhas de defesa alemã, o 6 º RI prosseguiu com ações vigorosas e ocupações, iniciando a perseguição na fase final para destruir as forças inimigas alemãs. Prosseguiu em ataque convergente para o cerco e combate de Fornovo Di Taro (28 a 30 de abril de 1945) que resultou na espetacular vitória ao render pelas armas a 149 ª Divisão de Infantaria Alemã. O 6 º RI foi a Unidade da FEB – Força Expedicionária Brasileira com maior número de missões de combate nos campos da Itália.
  • Revolução de 31 de março de 1964 – Teve participação ativa e se destacou, deslocando-se até a região de Queluz SP, onde ocupou posição e lançou patrulhas por vários eixos em defesa da democracia, da ordem e do princípio da autoridade.
  • O DIA DO REGIMENTO IPIRANGA – É consagrado o dia 22 de março o aniversário do 6 º RI, como tradição da Unidade, seus feitos heroicos, a sua integração, o orgulho e carinho dos caçapavenses para com o Regimento.
  • MUSEU DO IPIRANGA – O Museu do Ipiranga contém valioso relicario histórico que mantém a história, a memória e as tradições da gloriosa unidade. O museu foi fundado a 22 de março de 1946.

ORGANIZAÇÃO ATUAL

6 º Batalhão de Infantaria Leve – 6 º BIL – A Unidade, na sua evolução, passou por várias transformações, reorganizações e designações, mantendo as tradições e integração da Unidade com a Comunidade Caçapavense. Seu atual comandante é o Tenente Coronel  Eleuson Marcos Nunes.